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Direção do Corinthians tenta comprar o site "Meu Timão" e vai à Justiça

Juca Kfouri

09/06/2020 14h48

Depois de 11 anos de existência, depois de ter entrevistado todos os presidentes do Corinthians nesse período, depois de ter lugar reservado na Arena Corinthians, às portas de novas, e divididas, eleições no clube, eis que o site "Meu Timão" recebeu uma intimação judicial para deixar de usar a marca como se a usurpasse.

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Tudo porque a atual direção do clube tentou comprar o site e não foi bem-sucedida, mesmo depois de ofertar 6 milhões de reais conforme revelou uma fonte, que não faz parte do site, ao blog.

Procurado, o responsável pelo "Meu Timão", Danilo Augusto, preferiu não entrar em detalhes, não citar os nomes, por orientação de seus advogados, de quem o procurou e mandou a nota abaixo ao blog:

"O Meu Timão não tem interesse em uma venda e nem em se tornar um produto do Corinthians.

Nossa independência jornalística é a base do nosso trabalho.

O clube já tem um site oficial, institucional, bem diferente do nosso propósito.


Depois de sinalizar o desinteresse na venda a pessoas ligadas à atual gestão do Corinthians, que manifestaram, recentemente, a disposição de compra, a empresa detentora do Meu Timão recebeu uma notificação do clube com a alegação de que o nome do site importava em uso indevido da marca "Timão, registrada pelo Corinthians para finalidades dissociadas do objetivo do Meu Timão, dedicado ao jornalismo.


A alegação, feita após 11 anos de funcionamento do site, contém a inaceitável insinuação de que o portal "ludibriaria" os torcedores se fazendo passar por um veículo oficial do clube, apesar de haver avisos expressos, em todas as mídias do Meu Timão, justamente com o objetivo de enfatizar a sua imparcialidade e a sua independência editorial.


O Meu Timão pontua que a sua marca foi estabelecida a partir dos seus próprios esforços e é independente de qualquer vínculo com o clube.

Expressa ainda sua preocupação com a condução dessas iniciativas exatamente no período em que o portal tem voltado sua cobertura jornalística para assuntos sensíveis, como a dívida crescente do clube.

O assunto está sendo conduzido por nossos advogados, que já responderam oficialmente à notificação do clube".

Parece mentira que em pleno século 21 ainda haja práticas coronelistas desse tipo na vida brasileira, mas não surpreende diante de quem está hoje no comando do Corinthians.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/


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