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Blog do Juca Kfouri

O óbvio ululante é rubro-negro

Juca Kfouri

14/09/2022 23h03

Aconteceu o que era óbvio que aconteceria: o Flamengo é finalista e favorito para ser tetracampeão da Copa do Brasil.

Por mais que o São Paulo tenha começado o jogo com coragem, a diferença entre os times é enorme.

Dois lances, inválidos, explicam a diferença: Luciano, em impedimento, no começo do clássico, teve o gol à disposição e permitiu a defesa de Santos; Pedro, em seguida, também impedido, fez o gol.

Daí em diante só deu Flamengo.

Que fez 1 a 0 em jogada tramada por Pedro, de pivô, e Éverton Ribeiro, de armador, o passe para Dom Arrascaeta saiu certeiro e o uruguaio cavou com sutileza, aos 36 minutos.

O que parecia impossível, o São Paulo virar o 1 a 3, ficou irrealizável, com 4 a 1 no placar agregado.

Sair do Maracanã lotado por 63 mil torcedores com dignidade era tudo e só o que restava aos paulistas.

E diga-se que Jandrei, como se fosse jogador de vôlei, salvou o que seria um golaço por cobertura de Gabigol, ainda no primeiro tempo.

O goleiro tricolor salvou como líbero um lob digno de exímio tenista.

Fosse Rogério Ceni, voltaria para o segundo tempo com quatro trocas, a quinta deixaria para alguma necessidade por lesão, já pensando no jogo do domingo, no Castelão, contra o Ceará, pelo Brasileirão, ambos com 31 pontos, o chamado jogo de seis pontos, para fugir da parte inferior da tábua de classificação.

Nos cinco primeiros minutos da etapa final por pouco o Flamengo não aumentou e, no sexto, Luciano atingiu a trave de Santos.

Mais até que corajoso, o São Paulo era temerário, se expunha e não dava sossego, embora estivesse sempre mais ameaçado do que ameaçasse.

Aos 20', finalmente, Reinaldo e Alisson deram lugar a Welington e Galoppo, mas era pouco.

Já o Flamengo, cinco minutos depois, descansou Éverton Ribeiro e Thiago Maia para Vidal e Victor Hugo se divertirem.

Já para jogar os 15 minutos finais, Patrick saiu e Talles Costa entrou.

Como entraram Diego Ribas e Cebolinha e Dom Arrascaeta e Pedro saíram, assim como Calleri e Luciano deram lugar a Éder e Juan.

Enfim, o 1 a 0 ficou pouco para os vitoriosos e digno para os derrotados.

Não será este ano que o São Paulo ganhará sua primeira Copa do Brasil e tem todo jeito de 2022 ser o do tetra do Flamengo.

Se contra Corinthians e Fluminense saberemos amanhã, em Itaquera.

Para os rubros-negros será melhor enfrentar os alvinegros porque Fla-Flu é Fla-Flu, embora chance de revanche da decisão estadual, quando o tricolor impediu exatamente o inédito tetra carioca do Flamengo.

Por sinal, no domingo tem Fla-Flu no Brasileirão.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/