Empate em Itaquera frustra os dois

A história de Corinthians x Inter, recheada de polêmicas, é marcada mais por empates, 38, do que por vitórias paulistas ou gaúchas: 32 a 23 para os alvinegros antes do começo do jogo de hoje.
Em Itaquera, local do clássico deste domingo, o Colorado havia colhido apenas quatro empates e quatro derrotas.
Quem vencesse, se alguém vencesse, chegaria ao segundo lugar e ficaria a seis pontos do líder Palmeiras.
Mano Menezes voltava ao estádio de Itaquera, assim como o volante Gabriel e Yuri Alberto enfrentava seu ex-clube.
Renato Augusto, novamente, agora com dores na panturrilha, estava fora do jogo. Fadiga de materiais…
E com 45 segundos, Alemão dividiu com Gil, ganhou e abriu o placar: 1 a 0 para os gaúchos.

Com 13º na zona leste paulistana, um balde de água gelada caía sobre a arena alvinegra.
O Inter assumia a vice-liderança e o Corinthians saía do G4.
Mas por pouco tempo, coisa de dez minutos, porque, aos 12', em escanteio batido pela direita, Gil cabeceou para Balbuena e o zagueiro empatou com a ponta da chuteira: 1 a 1, diante de quase 42 mil torcedores.

O Corinthians seguiria em terceiro, o Inter subia para o quarto e o Fluminense caía para o quinto.
Quem esperava jogo trancado se enganava.
E não demorou para Yuri Alberto, aos 18', virar ao pegar rebote de chute de Roger Guedes e o goleiro Daniel falhar ao largar : 2 a 1.

Sim, o Corinthians tomava o lugar do Flamengo em segundo lugar.
Ramiro parecia disputar um Gre-Nal, ele que jogou no tricolor dos pampas, e foi fundamental para recuperar a bola no gol alvinegro.
Para usar o vocabulário de Vitor Pereira, com uma semana para treinar, o Timão mostrava um frescor como havia tempos não revelava.
Roger Guedes jogava como nunca, para o time.
E os derradeiros minutos do primeiro foram de total domínio colorado, com uma bola na trave de Cássio chutada por Maurício, aos 42', depois de bobeada de Fausto.
O clássico agradava as duas torcidas, mais a paulista pelo resultado, mas ambas pelo desempenho.
Aos 47', Mosquito deu o 3 a 1 em contra-ataque para Guedes e ele perdeu diante da dupla Daniel e Bustos.
Fagner com dores não voltou para o segundo tempo, trocado por Rafael Ramos e Alan Patrick substituiu Carlos de Pena no Inter.
O Inter queria continuar o jogo de trocação e o Corinthians desejava quebrar o ritmo tão intenso.
Logo aos 10', Cantillo, Bruno Mendez e Roni entraram nos lugares de Ramiro, Giuliano e Rafael Ramos, que se machucou.
Mano Menezes via o Corinthians como ele fazia em suas passagens pelo clube: fechado na defesa.
Como estava do lado vermelho, Mano chamou Edenilson e Pedro Henrique, para furar o bloqueio, nos lugares de Johnny e Maurício.
E, aos 22', Alan Patrick empatou num golaço: 2 a 2. Era justo.
O Inter tinha mais controle do jogo e Matheus Vital entrou no lugar de Mosquito para tentar mudar o incômodo, mas Braian Romero substituiu Alemão para manter a superioridade.
O Inter queria porque queria quebrar a escrita de jamais ter vencido em Itaquera e estava perto de conseguir.
Liziero ainda entrou no fim.
O empate não mudava nada no Brasileirão, porque nenhum dos integrantes do G4 vencia.
Tanto esforço para nada, apesar do bom jogo.
A vida é assim: nem sempre o resultado obedece a produção dos times.
Para os palmeirenses ficou tudo de muito bom tamanho.
E corintianos e colorados chegaram ao 39º empate na história de seus confrontos, em outro 2 a 2 como no primeiro turno.
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