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Blog do Juca Kfouri

Com bola, coração e a Fiel, Timão na final

Juca Kfouri

15/09/2022 21h53

No bafo da Fiel, o Corinthians não deixou o Fluminense respirar a não ser em raros momentos, quando Cássio precisou trabalhar.

Enquanto Paulo Henrique Ganso seguia a máxima de Gerson, o Canhotinha de Ouro e, em vez de correr, fazia a bola correr, com rara simplicidade e frieza, o Corinthians ganhava quase todas as divididas e roubava bolas como se tira doce da boca de criança.

E Renato Augusto tentava fazer seu gol de fora da área.

Na primeira vez, chutou nas alturas; na segunda, Fábio fez ótima defesa e na terceira, aos 33 minutos, em passe de Roger Guedes, abriu o marcador e pôs o Alvinegro na frente: 1 a 0.

Gérman Cano, assim como Yuri Alberto, não conseguia jogar, e André fazia muita falta no meio de campo tricolor.

No embate dos treinadores, ao fim do primeiro tempo, Vitor Pereira levava Fernando Diniz no bico, porque seu time anulava o famoso toque de bola das Laranjeiras.

Teria o Corinthians a mesma força física para manter a pressão na etapa final?

Nathan voltou no lugar de Wellington para melhorar a armação carioca.

Era outro Fluminense no começo do segundo tempo, agressivo e dominante.

No chamado jogo de trocação, o embate não era nervoso, era nervosíssimo.

E, aos 15', em cobrança de falta, Arias bateu no travessão de Cássio.

Ganso seguia dando passes preciosos e Willian Bigode entrou no duelo, no lugar de Matheus Martins, para aumentar a pressão ofensiva.

Os cariocas davam o troco na mesma medida do que haviam sofrido e os paulistas pareciam fisicamente desgastados pelo esforço inicial.

De repente, uma sucessão de erros de passes passou a permitir chances para os dois lados e ambos os treinadores se mexeram.

Marrone e Felipe Melo de um lado e Adson, Mateus Vital e Giuliano do outro.

Caio Paulista e Manoel fora, assim como Mosquito, Roger Guedes e Renato Augusto.

Os pulmões prevaleciam sobre os talentos.

E cada vez que Felipe Melo pegava na bola Itaquera vaiava o ex-palmeirense.

No Maracanã, sem merecer, o Corinthians fez o gol do 2 a 2 no fim.

Se o Fluminense devolvesse o empate nos acréscimos seria justo.

Michel Araújo no lugar de Samuel Xavier foi a última troca tricolor.

45.558 torcedores sofriam coisa que sirva no estádio e mais uma vez o Corinthians fazia valer o fator casa, para chegar à sétima final da Copa do Brasil, em busca do tetra contra o Flamengo.

E quem fez o gol no fim foi mesmo o Corinthians de novo, de pé em pé, para brilhar a estrela de Vitor Pereira, com Adson dando o passe final para Giuliano fazer o 2 a 0, 4 a 2 no placar agregado.

Para melhorar, aos 48', o detestado Felipe Melo fez contra um gol ridículo, entre as pernas de Fábio: 3 a 0, 5 a 2. E não se fala mais nisso.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/