Verdão sensacional no Mineirão no caminho do tri
De um lado, no Mineirão incandescente, um visitante indigesto, há 19 jogos invicto como tal, além das duas finais continentais que venceu em campos neutros, há 16 jogos sem saber o que é perder na Libertadores, líder isolado do Brasileirão.
Do outro, os donos da casa em busca de resultado redentor de novo sob o comando de Cuca, que deve desculpas à sociedade, derrotado por Abel Ferreira na final da Libertadores de 2020 e nas semifinais de 2021.
Nossa Senhora deve sentir-se constrangida na camiseta do treinador…
Keno e Marcos Rocha em campo para cumprir a lei dos ex e logo aos 16 minutos o palmeirense atrapalhou o que seria gol do atleticano.
Arana e Rony fora, dois desfalques consideráveis, ambos preciosos para defender e atacar, porque o lateral faz mais que defender e o centroavante mais que atacar.
Como era de se esperar, o Galo, com a faca entre os dentes, não permitia que o Periquito respirasse na primeira metade do primeiro tempo.
E assim seguiu na segunda metade, quando Ademir atingiu a trave de Weverton, aos 31 minutos.
Poucas vezes se viu nos últimos tempos o Palmeiras tão dominado.
Aos 39', um sustaço no Mineirão, quando, em contra-ataque, Gustavo Scarpa escapou, chutou, Everson deu rebote, Piquerez fez o gol e saiu para comemorar. Mas Scarpa estava claramente impedido.
Quatro minutos depois Marcos Rocha fez pênalti estúpido em Jair e Hulk, desta vez, diferentemente do ano passado, não desperdiçou: 1 a 0!
Era justo, mais que justo, aliás.
Aí, o segundo tempo começou, Keno foi à linha de fundo, deu para Hulk fazer 2 a 0, mas Murilo impediu: ele mesmo tocou a bola para o fundo da rede, em gol contra.
Oficialmente, 1 a 0 aos 45 e 2 a 0 aos 47 minutos.
O Galo amassava o rival, fazia com o Palmeiras o que o Flamengo fez com o Corinthians, para tirar os paulistas das semifinais.
Nada permitia nem suspeitar de reação alviverde, mas, aos 57', Keno fez falta em Raphael Veiga, Scarpa cobrou na trave e Murilo fez o gol, agora a favor, no rebote: 2 a 1.
O Periquito ressuscitava no Mineirão em choque com o chamado gol achado.
Machucado nas costas, Veiga saiu para Gabriel Menino entrar, aos 67'.
Oito minutos depois foi a vez de Junior Alonso se machucar e ser trocado por Igor Rabelo.
O Palmeiras perdia a longa invencibilidade, mas não o caminho da sobrevivência na luta pelo tricampeonato consecutivo. E impunha respeito a ponto de o Galo arrefecer a pressão.
Nacho no lugar de Zaracho e Vargas no de Keno, aos 80', de um lado, e Navarro e Mayke nos lugares de Flaco López e de Marcos Rocha do outro.
Aos 82', aconteceu o inacreditável porque Scarpa foi ao fundo e deu para Dudu empatar, mas ele perdeu como talvez jamais tenha perdido gol tão feito.
Aos 88', Hulk e Ademir fora e Alan Kardeck e Pedrinho dentro.
O Galo teve tudo para matar as quartas de final. Não matou e sofreu o empate em lance sensacional aos 92'.
Scarpa bateu escanteio na segunda trave, Dudu se contorceu para enfiar a cabeça na bola e dar para Danilo empatar: 2 a 2.
O Palmeiras está há 20 jogos invicto como visitante.
Silêncio no Mineirão com 57 mil torcedores, ou melhor, só se ouvia a torcida palmeirense.
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