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Blog do Juca Kfouri

Furacão ganha de pouco, mas ganha

Juca Kfouri

30/08/2022 23h25

A vantagem mínima do Furacão, na Arena da Baixada, era não só justa como até poderia ser maior, caso Weverton não tivesse evitado um gol contra de Gustavo Gómez.

A defesa palmeirense sentia a falta da proteção de Danilo e o ataque da armação de Gustavo Scarpa.

E o Athletico até abrir o placar, exatamente na metade do primeiro tempo, com Alex Santana, era mais equilibrado e mais agressivo.

Registre-se o passe precioso do menino Vitor Roque para o gol, depois que Murilo não conseguiu afastar cruzamento da direita.

Flaco López, sem trocadilho, mas com, mais parecia Fraco López, capaz de logo de cara perder a única oportunidade real criada pelo Alviverde.

Nem por isso Abel Ferreira mexeu para o segundo tempo, assim como Felipão, com mais motivos, também não.

Mas, para piorar a situação dos paulistas, aos 50' teve de trocar Raphael Veiga, machucado, por Tabata.

Abel Ferreira perdia pela primeira vez como visitante em sua terceira Libertadores. Mas tinha jogo, muito, pela frente.

Embora leal, o jogo refletia nervosismo em sucessivos erros de passes de ambos os lados.

Aos 63', López deu lugar a Wesley e Rony foi para o meio do ataque.

Era clara, é inexplicável, a intenção atleticana de segurar o 1 a 0, porque não só o placar era pouco como a chance de aumentar a vantagem era clara.

Para agravar a situação paranaense, aos 70', Hugo Moura recebeu o segundo amarelo ao meter a mão na bola depois de sofrer falta não marcada pelo assoprador de apito.

Felipão cuspia maribondos na lateral do campo e também ele foi expulso de campo.

Só dava Palmeiras e quase Rony empatou de calcanhar, embora, em seguida, Vitinho também tenha criado boa chance, ao receber de Vitor Roque, que jogava como se fosse um veterano.

Aos 83', seis mudanças: Mayke, Atuesta e Navarro, nos lugares de Marcos Rocha, Zé Rafael e Rony de um lado e Rômulo, Cuello e Pablo, nos de Cannobio, Vitinho e Vitor Roque.

Nem Rony, nem Vitor Roque deveriam ter sido substituídos, a não ser que estivessem esgotados fisicamente, o que não parecia.

Os gandulas jogavam miseravelmente para ganhar tempo para os anfitriões, vergonha nacional.

Aos 90', Alex Santana deu lugar a Erick para jogar os oito minutos de acréscimos.

Uma vitória é sempre uma vitória, mas o 1 a 0 deixa tudo em aberto para definir o finalista da Libertadores no duelo nacional.

Cittadini ainda entrou no lugar de Fernandinho, aos 95'.

Havia 20 jogos que o Palmeiras não era derrotado fora de casa no torneio continental.

Cuca, que deve explicações à sociedade, talvez esteja dizendo que, de fato, contra dez é mais difícil, porque o Palmeiras pouco criou com um a mais.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/