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Blog do Juca Kfouri

Doce para o Mengão, digno para o Timão

Juca Kfouri

09/08/2022 23h19

É claro que Dorival Júnior e Vitor Pereira não combinaram nada.

Mas ao fim do primeiro tempo parecia que tinham feito um acordo em torno da classificação de quem ganhou o jogo de ida, sem humilhar no de volta.

O que resultou em jogo morno, de boa qualidade, com o Flamengo mais perigoso, mas com o Corinthians capaz também de ameaçar.

O 0 a 0 era confortável para os rubros-negros e decente para os alvinegros.

Restava saber se nos 45 minutos finais o ritmo seria o mesmo.

Renato Augusto veio para o segundo tempo no lugar de Fausto Vera.

Os paulistas voltaram dispostos a mostrar que não havia mesmo acordo algum, mais agressivo.

E foram para cima, com o que deram espaço para o contra-ataque carioca e logo Dom Arrascaeta tomou a bola de Roni e cruzou rasteiro , com três dedos, para Pedro entrar de carrinho e abrir o placar: 1 a 0, 3 a 0 no placar agregado e só restava ao Corinthians perder com dignidade.

Foi assim como se a Gávea dissesse ao Parque São Jorge: "Olhe, estava tudo bem até que você pusesse as manguinhas de fora".

Um monte de jogadores decisivos de um lado contra quase nenhum do outro.

Então, aos 58', Yuri Alberto e Roni saíram para Roger Guedes e Giuliano entrarem.

Aí foi a hora de o Flamengo também mostrar disposição para humilhar se possível fosse, em busca de mais gols.

Bruno Mendez meteu a mão na bola, impediu a progressão de Pedro e acabou expulso de campo, aos 67', com ajuda do VAR.

A única dúvida restante era sobre quem o Flamengo enfrentará na semifinal: Vélez Sarafield ou Talleres? Saberemos amanhã.

Balbuena entrou para evitar uma goleada e Adson saiu.

Arturo Vidal também entrou, no lugar de Thiago Maia, enquanto Cássio se virava para evitar mais gols.

Ao Corinthians restará a lembrança de ter eliminado o Boca Juniors na Bombonera e de uma campanha medíocre com duas vitórias, contra timecos, em dez jogos.

Não que tenha sido decisivo, mas Vitor Pereira errou ao não escalar a dupla de zaga mais experiente, com Gil e Balbuena, embora o treinador tenha justificado as ausências por causa da fadiga de ambos.

De resto, ficou barato e digno, diante de 64 mil flamenguistas e 4 mil corintianos.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/