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Blog do Juca Kfouri

A capacidade rubro-negra vence a vontade tricolor

Juca Kfouri

24/08/2022 23h25

Diferentemente de Fluminense e Corinthians, São Paulo e Flamengo disputaram primeiro tempo eletrizante.

Dom Arrascaeta teve a chance de abrir o marcador, Patrick respondeu em seguida e João Gomes, fez 1 a 0 aos 12 minutos, de cabeça, ao se aproveitar de lançamento extraordinário de Éverton Ribeiro.

Prevaleciam os jogadores decisivos do Flamengo.

Mas o São Paulo não se intimidou e chegou a encurralar o rubro-negro, com momentos de pressão quase insuportável, culminando com bola no travessão em arremate no travessão com desvio de Santos.

Demorou para os cariocas retomarem a posse de bola, para quebrar o ritmo do valente tricolor que compensava a inferioridade técnica com o coração na ponta da chuteira.

David Luiz se machucou e Fabrício Bruno o substituiu no intervalo, assim como Galoppo entrou no lugar de Igor Gomes.

Impetuoso, o São Paulo se mandou e, antes do segundo minuto, tomou um contra-ataque em esticada de bola de Léo Pereira para Pedro que se livrou de Rafinha, de Léo Pelé, e deu para Gabigol perder gol feito, porque a fase é ruim, muito ruim.

Dorival Júnior, ao sentir a pressão, tratou de trocar João Gomes por Vidal, em busca de estabilidade e controle de jogo.

Rogério Ceni respondeu com Luciano no lugar de Patrick, aos 20'.

No minuto seguinte, em novo contra-ataque, armado por Dom Arrascaeta, mas de pé em pé, até que Éverton Ribeiro finalizasse, Jandrei desse rebote no pé de Gabigol que, enfim, fez 2 a 0.

Começava a morrer o sonho tricolor de conquistar a taça inédita, diante de mais de 51 mil torcedores.

Estabelecia-se o óbvio: a diferença entre a vontade são-paulino e a capacidade flamenguista.

Então, aos 26', saíram Gabigol e Éverton Ribeiro para Cebolinha e Victor Hugo jogarem. Como enfrentá-los?

A diferença, senhoras e senhores, é abissal.

Mas, aos 33 minutos, porque o futebol é o futebol, Rodrigo Nestor diminuiu para fazer justiça ao esforço tricolor: 2 a 1, em ótima jogada de Igor Vinicius.

O Morumbi, que só ouvia a torcida carioca cantar, acendeu de novo e o jogo voltou a ficar eletrizante.

Aos 36', eram 15 escanteios contra dois para os donos da casa.

O empate não seria injusto, mas é inegável que, entre tantas qualidades, o Flamengo também sabe sofrer, como se diz modernamente.

Lázaro e Andrés Colorado ainda entraram nos lugares de Pedro e Pablo Maia.

E, aos 48', Cebolinha, da entrada da área, devolveu a tranquilidade para o jogo de volta: 3 a 1, e, jogada toda construída por Dom Arrascaeta.

Não há o que fazer!

O Flamengo está com tudo para disputar o tetracampeonato da Copa do Brasil.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/