O Bombonerazo!
Aos 28 minutos de jogo, sem que o Corinthians tivesse chutado uma vez sequer ao gol do Boca, nem sequer frequentado a área argentina, Raul Gustavo fez pênalti e, diferentemente de Roger Guedes, Benedetto não permitiu a defesa do goleiro, mas deu uma cacetada na trave corintiana.
Era o resultado natural do domínio absoluto exercido até então pelo Boca contra o esfacelado alvinegro sem sete titulares, mas até em desperdício de pênaltis os times estavam empatados.
O Boca usava e abusava da fragilidade do lateral Rafael Ramos, uma péssima ideia, essa sim, do sem opções Vitor Pereira, e Cássio falhava seguidamente em duas saídas de gol, a primeira fartamente responsável pelo pênalti.
Aos 37', o Corinthians conseguiu seu primeiro escanteio, contra quatro do rival, que tinha Benedetto perdendo chances consecutivas.
O 0 a 0 perdurou até o intervalo em jogo de um time só, com a sorte brasileira que o time só é bem ruinzinho.
O Corinthians nem jogava por uma bola, mas pelos pênaltis, confiante em Cássio, embora Rossi seja mais pegador de penais do que ele.
João Vitor, negociado com o Benfica, se machucou e foi substituído por Gil nos acréscimos.
Nem bem o segundo tempo começou e Mantuan, negociado com o Zenith, também se machucou e teve de ser trocado pelo menino Geovane. Que fase!
Mais um pouco e o médico corintiano teria de entrar em campo, mas para jogar.
O Corinthians jogava contra o mau time do Boca, contra a pulsante Bombonera, contra as lesões e contra o relógio.
Seria Geovane o Romarinho da vez, embora o Boca seguisse alugando o campo defensivo paulista?
Quando o Corinthians se aventurava, o Boca contra-atacava e Benedetto perdia o gol.
Uma falta clara não marcada em Giuliano, na entrada da área, revoltou o banco alvinegro.
O jogo chegava aos 60 minutos…aos 70…
Aos 72', Roni, Bruno Mendez e Bruno Melo, nos lugares de Du Queiroz, Rafael Ramos e Giuliano.
80 minutos…
Fosse qual fosse o resultado final, inegável que a atuação corintiana era digna, dentro do possível, sem ameaçar o Boca, mas se defendendo com altivez.
A arbitragem uruguaia não era desastrosa, mas era caseira.
85…
86…
87…
88…
89…
90…
Cinco minutos de acréscimos, com o Boca na pressão, mas sem que Cássio precisasse trabalhar.
91…
92…
Era só cruzamento na área, sem riscos.
Heroísmo não havia, porque o Boca não exigia, mas competência, com grandes atuações de Gil e Fábio Santos.
93…
94…
95…e viriam os pênaltis.
Enfim, seria hora de os goleiros trabalharem, coisa que não fizeram durante 100 minutos.
Rojo fez 1 a 0.
Fábio Santos empatou.
Izquierdoz fez 2 a 1.
Cantillo empatou.
Villa bateu e Cássio pegou!
Raul Gustavo bateu e Rossi pegou.
Fernández fez 3 a 2.
Bruno Melo bateu e Rossi pegou de novo em grande defesa.
Benedetto mandou a bola que valeria a vaga em Córdoba.
Roger Guedes empatou.
Romero fez 4 a 3.
Roni empatou.
Varela fez 5 a 4.
Lucas Piton empatou.
Ramirez bateu e Cássio pegou!!!
Gil classificou o Timão para as quartas de final!!!! Contra Flamengo ou Tolima, dois times que já eliminaram o Corinthians da Libertadores.
O Corinthians fez o que só, entre os brasileiros, o Santos de Pelé havia feito, em 1963: venceu o Boca na Bombonera em jogo decisivo pela Libertadores.
Um verdadeiro BOMBONERAZO!
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