São Paulo tem vitória de lavar a alma
Para variar, o São Paulo fez primeiro tempo muito bom, pressionou o Palmeiras, correu apenas um risco quando Marcos Rocha deu o gol para Veron e ele perdeu, além de um bate-rebate que quase resultou em gol contra.
De tanto abafar o rival, o Tricolor se aproveitou de disputa de bola entre Nestor e Danilo, o palmeirense vacilou ao não aliviar e, na sobra de bola na entrada da área, Patrick ganhou na marra para fazer 1 a 0, em gol no peito e na raça, desses de levantar defunto.
A grande questão no intervalo, que Rogério Ceni fez durar 19 minutos, era sobre se, de novo, o São Paulo cairia no segundo tempo.
Até então estava como no Choque-Rei da segunda-feira, 1 a 0 com gol de Patrick.
Os primeiros cinco minutos tricolores seguiram bons, mas a partir deles os alviverdes começaram a botar as mangas de fora.
Aos 13', o tempo fechou, quando Gustavo Gómez deu cutucão desnecessário em Calleri e Reinaldo tirou satisfação com o paraguaio.
Menino e Navarro, aos 21', nos lugares de Veron e Danilo.
Vacinado, Rogério Ceni não mexia.
Gustavo Scarpa aparecia em todos os lados do campo, mas, vigiadíssimo, não rendia como no jogo passado.
Botinadas sobravam dos dois lados e os cartões amarelos eram democraticamente distribuídos.
Breno Lopes e Wesley dentro, Rony e Dudu fora, aos 30'.
No São Paulo, nada.
Nem Jandrei nem Weverton trabalhavam, mas se alguém acendesse um fósforo na arquibancada o Morumbi iria pelos ares.
Arboleda, que jogou uma barbaridade, sofreu forte torção e foi trocado por Miranda, assim como Pablo Maia substituiu Patrick e Myke entrou no lugar de Marcos Rocha, tudo aos 37'.
O São Paulo sustentava a vantagem com méritos, mas é tal história, cachorro mordido por cobra tem medo de linguiça.
Reinaldo saiu para Wellington jogar, aos 41'.
Mais de 38 mil torcedores rezavam para o jogo terminar e o Palmeiras, é claro, não desistia, enquanto Gabriel Neves saía para ganhar tempo.
Uma invencibilidade de 19 jogos ia para o espaço, mas a disputa pela vaga nas quartas de final seguia tão aberta como antes do jogo começar.
Seja como for, o são-paulino lavou a alma e aconteceu aquilo que Abel Ferreira sempre disse que um dia aconteceria: o Palmeiras perdeu.
Mas ainda faltam 90 minutos.
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