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Blog do Juca Kfouri

São Paulo tem vitória de lavar a alma

Juca Kfouri

23/06/2022 21h15

Para variar, o São Paulo fez primeiro tempo muito bom, pressionou o Palmeiras, correu apenas um risco quando Marcos Rocha deu o gol para Veron e ele perdeu, além de um bate-rebate que quase resultou em gol contra.

De tanto abafar o rival, o Tricolor se aproveitou de disputa de bola entre Nestor e Danilo, o palmeirense vacilou ao não aliviar e, na sobra de bola na entrada da área, Patrick ganhou na marra para fazer 1 a 0, em gol no peito e na raça, desses de levantar defunto.

A grande questão no intervalo, que Rogério Ceni fez durar 19 minutos, era sobre se, de novo, o São Paulo cairia no segundo tempo.

Até então estava como no Choque-Rei da segunda-feira, 1 a 0 com gol de Patrick.

Os primeiros cinco minutos tricolores seguiram bons, mas a partir deles os alviverdes começaram a botar as mangas de fora.

Aos 13', o tempo fechou, quando Gustavo Gómez deu cutucão desnecessário em Calleri e Reinaldo tirou satisfação com o paraguaio.

Menino e Navarro, aos 21', nos lugares de Veron e Danilo.

Vacinado, Rogério Ceni não mexia.

Gustavo Scarpa aparecia em todos os lados do campo, mas, vigiadíssimo, não rendia como no jogo passado.

Botinadas sobravam dos dois lados e os cartões amarelos eram democraticamente distribuídos.

Breno Lopes e Wesley dentro, Rony e Dudu fora, aos 30'.

No São Paulo, nada.

Nem Jandrei nem Weverton trabalhavam, mas se alguém acendesse um fósforo na arquibancada o Morumbi iria pelos ares.

Arboleda, que jogou uma barbaridade, sofreu forte torção e foi trocado por Miranda, assim como Pablo Maia substituiu Patrick e Myke entrou no lugar de Marcos Rocha, tudo aos 37'.

O São Paulo sustentava a vantagem com méritos, mas é tal história, cachorro mordido por cobra tem medo de linguiça.

Reinaldo saiu para Wellington jogar, aos 41'.

Mais de 38 mil torcedores rezavam para o jogo terminar e o Palmeiras, é claro, não desistia, enquanto Gabriel Neves saía para ganhar tempo.

Uma invencibilidade de 19 jogos ia para o espaço, mas a disputa pela vaga nas quartas de final seguia tão aberta como antes do jogo começar.

Seja como for, o são-paulino lavou a alma e aconteceu aquilo que Abel Ferreira sempre disse que um dia aconteceria: o Palmeiras perdeu.

Mas ainda faltam 90 minutos.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/