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Blog do Juca Kfouri

Palmeiras joga sete minutos alemães

Juca Kfouri

16/06/2022 19h49

Quando Palmeiras e Atlético Goianiense começaram a jogar precisamente às 18h na casa verde, a torcida esmeraldina já estava feliz porque o rival São Paulo havia perdido no Rio.

E havia apenas uma pergunta no ar: de quando o líder do Brasileirão, 17 jogos sem perder com só quatro empates, ganharia de um dos rabeiras do campeonato?

O Palmeiras começou tão frenético que era mesmo de se esperar goleada, até com pênalti em Gustavo Scarpa não assinalado pelo assoprador de apito.

Atrevidos, é verdade, os goianos não se limitavam a defender, o que, por outro lado, facilitava a vida verde, ainda sem Raphael Veiga.

Eis que passada a metade do primeiro tempo, o 0 a 0 seguia estampado no placar.

Já aos 28', gol!

Do Atlético!

Gol de Luan, contra!

Primeiro o zagueiro errou a saída de bola, depois cabeceou no travessão de Weverton e, no rebote, após cabeçada de Churin, de meia puxeta, Luan meteu a bola na própria rede. Insólito, bizarro, raro.

Bom teste para o Palmeiras mostrar cabeça fria, reagir e virar.

Seria mera questão de tempo?

Não é que o Dragão, de pé em pé, foi envolvendo o Periquito (só pode chamar o Palmeiras de Porco o jornalista torcedor do clube)?

Aos 41', no entanto, Luan fez ótimo lançamento para Veron que deu ótimo passe para Zé Rafael, aniversariante, e o empate estava decretado: 1 a 1.

O Palmeiras nem sequer esperou o intervalo para ouvir as orientações em busca da virada.

Aos 43', Scarpa bateu escanteio pela direita, Luan desviou no primeiro pau e Gustavo Gómez virou: 2 a 1.

Um minuto depois, para afastar qualquer dúvida de que não se cutuca Periquito com vara curta, novo passe de Veron e mais um gol de Scarpa: 3 a 1.

Espetacular!

Luan estava redimido e Veron progride a olhos vistos.

Mas não parou por aí no primeiro tempo.

Novo escanteio para Scarpa, Murilo cabeceou o goleiro deu rebote e Gómez fez 4 a 1. Até sambar o paraguaio sambou. Com molejo.

No intervalo, Marlon deu graças a Deus pelo fim do primeiro tempo.

Em tempo, não esqueça: os cinco gols foram marcados por palmeirenses, que jogaram sete minutos como se fossem a Alemanha no Mineirão.

Já o sexto gol, foi mesmo do Atlético, aos 33' do segundo tempo, depois de outro lance raro contra o Palmeiras, uma péssima saída do gol de Weverton que Churin cabeceou para fazer 2 a 4.

Até então, com uma porção de trocas dos dois lados, os rubro-negros, briosos, voltaram a jogar de maneira envolvente, e os alviverdes, nitidamente se poupando, criaram uma série de chances para fazer outros gols, depois do 4 a 2, inclusive.

Qual é o resumo?

Abel Ferreira terá uma conversa séria com seu time que não sofria gols há seis jogos e tomou dois de uma vez só, praticamente dados por seus defensores Luan e Weverton, diante de quase 39 mil felizes torcedores.

Agora, aqui entre nós, dá para bronquear com os dois?

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/