Palmeiras joga sete minutos alemães
Quando Palmeiras e Atlético Goianiense começaram a jogar precisamente às 18h na casa verde, a torcida esmeraldina já estava feliz porque o rival São Paulo havia perdido no Rio.
E havia apenas uma pergunta no ar: de quando o líder do Brasileirão, 17 jogos sem perder com só quatro empates, ganharia de um dos rabeiras do campeonato?
O Palmeiras começou tão frenético que era mesmo de se esperar goleada, até com pênalti em Gustavo Scarpa não assinalado pelo assoprador de apito.
Atrevidos, é verdade, os goianos não se limitavam a defender, o que, por outro lado, facilitava a vida verde, ainda sem Raphael Veiga.
Eis que passada a metade do primeiro tempo, o 0 a 0 seguia estampado no placar.
Já aos 28', gol!
Do Atlético!
Gol de Luan, contra!
Primeiro o zagueiro errou a saída de bola, depois cabeceou no travessão de Weverton e, no rebote, após cabeçada de Churin, de meia puxeta, Luan meteu a bola na própria rede. Insólito, bizarro, raro.
Bom teste para o Palmeiras mostrar cabeça fria, reagir e virar.
Seria mera questão de tempo?
Não é que o Dragão, de pé em pé, foi envolvendo o Periquito (só pode chamar o Palmeiras de Porco o jornalista torcedor do clube)?
Aos 41', no entanto, Luan fez ótimo lançamento para Veron que deu ótimo passe para Zé Rafael, aniversariante, e o empate estava decretado: 1 a 1.
O Palmeiras nem sequer esperou o intervalo para ouvir as orientações em busca da virada.
Aos 43', Scarpa bateu escanteio pela direita, Luan desviou no primeiro pau e Gustavo Gómez virou: 2 a 1.
Um minuto depois, para afastar qualquer dúvida de que não se cutuca Periquito com vara curta, novo passe de Veron e mais um gol de Scarpa: 3 a 1.
Espetacular!
Luan estava redimido e Veron progride a olhos vistos.
Mas não parou por aí no primeiro tempo.
Novo escanteio para Scarpa, Murilo cabeceou o goleiro deu rebote e Gómez fez 4 a 1. Até sambar o paraguaio sambou. Com molejo.
No intervalo, Marlon deu graças a Deus pelo fim do primeiro tempo.
Em tempo, não esqueça: os cinco gols foram marcados por palmeirenses, que jogaram sete minutos como se fossem a Alemanha no Mineirão.
Já o sexto gol, foi mesmo do Atlético, aos 33' do segundo tempo, depois de outro lance raro contra o Palmeiras, uma péssima saída do gol de Weverton que Churin cabeceou para fazer 2 a 4.
Até então, com uma porção de trocas dos dois lados, os rubro-negros, briosos, voltaram a jogar de maneira envolvente, e os alviverdes, nitidamente se poupando, criaram uma série de chances para fazer outros gols, depois do 4 a 2, inclusive.
Qual é o resumo?
Abel Ferreira terá uma conversa séria com seu time que não sofria gols há seis jogos e tomou dois de uma vez só, praticamente dados por seus defensores Luan e Weverton, diante de quase 39 mil felizes torcedores.
Agora, aqui entre nós, dá para bronquear com os dois?
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Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/