Topo

Blog do Juca Kfouri

Fluminense joga muito e faz pouco

Juca Kfouri

23/06/2022 21h01

Parecia um jogo entre um time de Série A contra outro de Série B.

E era.

O Fluminense contra o Cruzeiro.

Um delicioso Tricolor contra um assustado time mineiro.

O mundo dá voltas, muitas.

O Cruzeiro é o maior campeão da Copa do Brasil, seis vezes, e o Flu só a venceu uma vez.

A superioridade carioca no Maracanã era tamanha que Cano fez um golaço anulado pelo VAR só porque a tecnologia não tem alma e pegou impedimento de fio de cabelo de Arias, o autor do cruzamento.

Antes e depois da anulação, o Tricolor criou uma variedade infernal de chances, mas não conseguia transformar em vantagem, maldição que assusta os times de Fernando Diniz.

Até que, aos 42 minutos, Geovane Jesus foi corretamente expulso e tornou ainda mais difícil a vida cruzeirenses.

Fato é que o primeiro tempo, que deveria ter terminado 3 a 0, terminou empatado.

Graças ao ex-cruzeirense Manoel, que cabeceou cruzamento perfeito de Ganso, o Flu fez 1 a 0, aos 46'.

Mas futebol é futebol e, aos 51', Zé Ivaldo viu o também ex-cruzeirense Fábio adiantado e chutou do campo cruzeirense. Fábio não teve certeza de que a bola iria para fora, e iria, e a mandou a escanteio.

Na cobrança de Filipe Machado , Lucas Oliveira empatou de cabeça: 1 a 1.

Era para estar 3 a 0 e estava 1 a 1.

O massacre continuou no segundo tempo e novamente Arias pôs a bola na cabeça de Cano e desta vez não houve VAR que salvasse: 2 a 1, aos 12'.

Pintava goleada no alegre Maraca que via nova exibição primorosa do Flu e André acertar o travessão mineiro, aos 23'.

Eram 23 finalizações tricolores contra quatro celestes aos 26'.

Com mais de 46 mil torcedores o clássico que poderia ter decidido a vaga para as quartas de final deixou tudo aberto, porque o Flu não traduziu em gols a vantagem em volume de jogo e chances criadas.

No Mineirão, dia 12 de julho, a vida será dura para os dois, porque hoje o Cruzeiro fez o que pôde fazer, ao se defender durante toda a etapa final, praticamente sem atacar, com apenas uma finalização, quase empatando aos 44'. Mas saiu vivo, muito vivo.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/