Cássio mantém Corinthians vivo
Os 45 mil torcedores que foram a Itaquera ver um jogo de futebol tenso e intenso entre Corinthians e Boca Juniors, alguns da Argentina, assistiram a um jogo tenso de xadrez em boa parte e nada intenso, quase de walking football em outra.
Cretinos jogaram pedras no ônibus no caminho para Itaquera e quem pagará serão os jogadores do Corinthians no jogo de volta ao irem para a Bombonera.
O medo de errar era tamanho que até os 40 minutos ninguém teve chance real de gol.
Até que aos 40' Mantuan sofreu um pênalti burro do zagueiro xeneize Rojo e Roger Guedes desperdiçou para defesa de Rossi. E Fábio Santos estava no banco, embora ele também tenha perdido pênalti contra o Deportivo Cali.
Os veteranos Fagner e Willian o menino Adson jogavam muito bem num time que não tinha Gil, nem Maicon, nem Renato Augusto, veteranos machucados, nem Du Queiroz, garoto também machucado, para não falar de Paulinho. Retrato de um elenco formado mais com o coração do que com a cabeça e de um calendário insano.
O resultado era absoluta falta de criação no meio de campo alvinegro.
Só aos 48' o Boca teve uma chance de verdade, com Benedetto, para defesa sensacional de Cássio.
Os últimos cinco minutos do primeiro tempo prometiam um segundo mais jogado que pensado, mais corrido que andado.
Bruno Mendez voltou no lugar de Fagner com dores na perna esquerda.
Com menos de um minuto, Willian fez um salseiro e quase saiu o 1 a 0 com Giuliano, mas a zaga cortou.
Aos 51', Cássio fez outra defesaça em cobrança de falta por Óscar Romero. O jogo era mais franco, menos cuidadoso.
Ali pela altura de uma hora de jogo a defesa alviengra começou a dar sinais de falta de concentração e o Boca se aproveitava.
Aos 65', Adson teve o gol à disposição e perdeu, um pecado para o menino que era o melhor corintiano em campo, rivalizando com Cássio e Wiliian.
Havia a sensação de iminência de gol em Itaquera, para qualquer lado, mas Cássio trabalhava muito mais que Rossi, que teve de fazer apenas uma defesa, a do pênalti.
A verdade é que o Boca fazia os minutos finais melhor que o Corinthians, mais perto de vencer.
Fisicamente os brasileiros pareciam mortos e Vitor Pereira pôs Júnior Moraes no lugar do desaparecido Roger Guedes e João Pedro no de Adson, esgotado, aos 81'.
Em seguida, Willian deslocou o ombro e fez questão de ficar em campo quando viu que Fábio Santos entraria em seu lugar.
Aguentou alguns minutos e Fábio Santos entrou, a tempo de ver Cássio fazer outra grande defesa.
Tudo ficou para a Bombonera e, quem sabe, com o time menos desfalcado, o Corinthians possa sobreviver na Libertadores.
Improvável, mas possível.
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