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Blog do Juca Kfouri

Cássio mantém Corinthians vivo

Juca Kfouri

28/06/2022 23h25

Rossi faz sua única defesa no jogo. Em pênalti batido por Roger Guedes

Os 45 mil torcedores que foram a Itaquera ver um jogo de futebol tenso e intenso entre Corinthians e Boca Juniors, alguns da Argentina, assistiram a um jogo tenso de xadrez em boa parte e nada intenso, quase de walking football em outra.

Cretinos jogaram pedras no ônibus no caminho para Itaquera e quem pagará serão os jogadores do Corinthians no jogo de volta ao irem para a Bombonera.

O medo de errar era tamanho que até os 40 minutos ninguém teve chance real de gol.

Até que aos 40' Mantuan sofreu um pênalti burro do zagueiro xeneize Rojo e Roger Guedes desperdiçou para defesa de Rossi. E Fábio Santos estava no banco, embora ele também tenha perdido pênalti contra o Deportivo Cali.

Os veteranos Fagner e Willian o menino Adson jogavam muito bem num time que não tinha Gil, nem Maicon, nem Renato Augusto, veteranos machucados, nem Du Queiroz, garoto também machucado, para não falar de Paulinho. Retrato de um elenco formado mais com o coração do que com a cabeça e de um calendário insano.

O resultado era absoluta falta de criação no meio de campo alvinegro.

Só aos 48' o Boca teve uma chance de verdade, com Benedetto, para defesa sensacional de Cássio.

Os últimos cinco minutos do primeiro tempo prometiam um segundo mais jogado que pensado, mais corrido que andado.

Bruno Mendez voltou no lugar de Fagner com dores na perna esquerda.

Com menos de um minuto, Willian fez um salseiro e quase saiu o 1 a 0 com Giuliano, mas a zaga cortou.

Aos 51', Cássio fez outra defesaça em cobrança de falta por Óscar Romero. O jogo era mais franco, menos cuidadoso.

Ali pela altura de uma hora de jogo a defesa alviengra começou a dar sinais de falta de concentração e o Boca se aproveitava.

Aos 65', Adson teve o gol à disposição e perdeu, um pecado para o menino que era o melhor corintiano em campo, rivalizando com Cássio e Wiliian.

Havia a sensação de iminência de gol em Itaquera, para qualquer lado, mas Cássio trabalhava muito mais que Rossi, que teve de fazer apenas uma defesa, a do pênalti.

A verdade é que o Boca fazia os minutos finais melhor que o Corinthians, mais perto de vencer.

Fisicamente os brasileiros pareciam mortos e Vitor Pereira pôs Júnior Moraes no lugar do desaparecido Roger Guedes e João Pedro no de Adson, esgotado, aos 81'.

Em seguida, Willian deslocou o ombro e fez questão de ficar em campo quando viu que Fábio Santos entraria em seu lugar.

Aguentou alguns minutos e Fábio Santos entrou, a tempo de ver Cássio fazer outra grande defesa.

Tudo ficou para a Bombonera e, quem sabe, com o time menos desfalcado, o Corinthians possa sobreviver na Libertadores.

Improvável, mas possível.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/