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Blog do Juca Kfouri

O que acontece com o Fortaleza (Atualizado)

Juca Kfouri

25/05/2022 17h31

POR ANTONIO COELHO *

Comparemos o Fortaleza do ano passado com o deste ano.

O ataque melhorou com as contratações de Moisés, Silvio Romero e Kayser.

Mas o problema da defesa continua, sem reservas à altura, com o agravante de ter piorado a situação dos goleiros.

Em 2021, o goleiro titular era Felipe Alves. Reservas: Boeck e Max Walef.

Houve um desentendimento de Felipe Alves com Juan Vojvoda e o goleiro foi afastado do elenco, chegou a treinar separado dos outros jogadores até que foi desligado do clube.

Felipe Alves não teria aceitado ser reserva de Boeck, que, embora tenha falhado muito em 2021, continuou como titular.

O terceiro goleiro era Max Walef, da base. Foi sempre reserva, nunca foi titular nem mesmo no campeonato cearense.

Hoje, pasme, Max é o titular na Libertadores e na Série A, sem nenhuma experiência em grandes competições.

A diretoria tinha contratado Fernando Miguel, que fez uma ótima campanha pelo Atlético de Goiás no ano passado, para ser o goleiro titular.

Fernando Miguel levou um frango no clássico contra o Ceará e foi afastado por Vojvoda.

Depois se machucou e fez uma cirurgia. Retornou recentemente.

No fim de 2021, a diretoria hesitou na renovação do contrato de Boeck. Parte da torcida não concordava com a renovação, tantas foram suas falhas. Além disso, é um goleiro em fim de carreira, não seria titular em nenhum outro clube da Série A. Resumindo, o Fortaleza hoje está "sem goleiro".

A zaga titular é Tinga, Benevenuto e Titi.

Quando um dos três não atua, a defesa se fragiliza muito.

Foram feitas três contratações: Landazuri, Ceballos e Wagner Leonardo.

Landazuri tem sido um desastre, ao ponto de os jogadores hesitarem em lhe passar a bola.

Wagner Leonardo, do Santos e que foi destaque no Náutico, não jogou nem sequer uma vez e foi dispensado.

O jovem Ceballos foi o único aprovado.

Para o jogo decisivo de hoje pela Libertadores, em Santiago, contra o Colo-Colo, há o risco de o Fortaleza entrar com a zaga Landazuri, Ceballos e Jussa (volante ruim e improvisado).

Se isso acontecer, é derrota certa, com risco de goleada.

É como jogar "sem goleiro e sem zaga".

O gol do Fluminense no último domingo foi o retrato das deficiências da zaga reserva e do goleiro titular.

Mais uma falha de Landazuri e de Max Walef.

Como em outros jogos, o Fortaleza jogou melhor, mas foi derrotado.

Ao Fortaleza, falta o essencial, o básico, um goleiro e reservas para a zaga. Essas deficiências podem levar o time de volta à Série B.

Enquanto isso, o presidente do Fortaleza, Marcelo Paz, vai chefiar a delegação da Seleção Brasileira, em junho, nos amistosos contra a Coreia do Sul e o Japão.

Segundo Marcelo Paz, ele vai para servir à pátria e porque Deus quis (na verdade, quem quis foi o baiano Ednaldo Rodrigues, o presidente da CBF).

Atualização às 18h15:

Saiu a escalacao da zaga para o jogo contra o Colo-Colo:

Tinga, Titi e Ceballos.

Tinga, com entorse no tornozelo, era dúvida, e Titi tinha suspeita de fratura no maxilar, depois do jogo contra o Fluminense.

Menos mal, vão pro jogo.

Sem Landazuri e Jussa. Alívio!

Max Walef não será o titular.

Entra Boeck.

Com Vojvoda é assim, falhou no gol ele troca. Isso não é bom.

Todo time tem de ter goleiro titular.

*Antonio Coelho é amigo do blog.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/