Cenas gloriosas, de bravura e lamentáveis na sexta rodada do Brasileirão

O dono do Botafogo, o empresário americano John Textor, não teve dúvida: tão logo terminou o jogo em que seu time ganhou do Fortaleza por 3 a 1, no estádio Nilton Santos, ele foi para galera, filmou a torcida e, ao ser entrevistado, chorou de emoção.
Dono também do clube inglês Crystal Palace, Textor disse que na Inglaterra não há o mesmo amor do torcedor como no Brasil.

Enquanto isso, em Florianópolis, o gaúcho Juventude, com nove jogadores, derrotou o catarinense Avaí em partida heróica, porque fez 2 a 1 quando já estava com dez e, com nove, segurou a vitória por 12 minutos, na base de bola pro mato que é jogo de campeonato, debaixo de chuva forte.

Estaria tudo muito bem, tudo muito bom, se não tivesse acontecido novo episódio em que um jogador denuncia ter sido vítima de injúria racial.
No caso, o sério Edenilson, do Inter, contra o jogador português do Corinthians, Rafael Ramos, que só não está preso em Porto Alegre porque o Corinthians pagou fiança de dez mil reais para liberá-lo.
Neste país em que o presidente da República se refere ao peso de negros como se medido por arrobas, não surpreende a repetição nauseante de episódios tão degradantes.
Ramos garante ter sido mal entendido e que não chamou Edenilson de macaco, embora o jogador colorado garanta que ouviu muito bem e tenha feito boletim de ocorrência.
Comentário para o Jornal da CBN desta segunda-feira, 16 de maio de 2022.
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