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Blog do Juca Kfouri

Verdão 100% mesmo ao tirar o pé

Juca Kfouri

27/04/2022 22h53

O Palmeiras segue 100%, mesmo ao poupar Rapahel Veiga e Dudu, seus principais talentos, nesta noite em Guayaquil, no Equador.

O time de Abel Ferreira comeu pelas beiradas.

Pela direita, Gustavo Scarpa virou o jogo para Wesley, de primeira, botar na cabeça de Rony. Golaço, aos 19 minutos.

Seis minutos depois, Gustavo Scarpa desarmou no meio de campo para entregar ao menino Gabriel Veron que lançou a si mesmo na corrida até entrar na área e ampliar: 2 a 0.

Antes, aos 8' e aos 11', Rony desperdiçou uma chance clara e Scarpa atingiu a trave.

A torcida do Emelec não parava de cantar mesmo vendo seu time sendo amassado e o crítico mais ácido poderia dizer que o Palmeiras só pegou moleza na fase de grupos da Libertadores, razão pela qual fez nove pontos em três jogos e 15 gols.

Mas não é isso que se exige de times superiores?

Não vivemos a era do não tem mais bobos no futebol?

Tanto é verdade que a vida é dura que o Emelec conseguiu dar um certo calor durante os primeiros 15 minutos do segundo tempo, quando Weverton teve de trabalhar e o contra-ataque brasileiro não saía.

Aos 61' saiu e Rony perdeu gol incrível, em nova jogada brilhante de Scarpa e Veron.

Que meleca, Rony!

Como quem não faz toma, no contra-ataque, Mayke vacilou e permitiu a Rojas diminuir: 2 a 1, aos 62'.

Que meleca, Mayke!

O jogo que poderia estar 5 a 0 estava 2 a 1 e, aos 75', só não ficou 2 a 2 porque Weverton operou uma defesaça.

Breno Lopes e Rafael Navarro socorreram o ataque, aos 78', nos lugares de Rony, em noite ruim, e Veron, com boa atuação.

O segundo tempo do Palmeiras não tinha nada a ver com o primeiro.

Gabriel Menino e Jorge foram para o jogo, aos 82', nos lugares de Scarpa e Wesley e Atuesta, aos 89', foi embora para o menino Fabinho atuar.

E Breno Lopes, aos 90', ganhou uma disputa no pé de ferro e cruzou. A bola tomou efeito mágico e morreu no fundo da rede: 3 a 1.

Um gol que se fosse na capital equatoriana poderia ser atribuído à altitude, mas que em Guayaquil deve ser posto na conta do sobrenatural.

Aos 95', acredite, Breno Lopes perdeu gol feito…

Ao fim, o resultado serviu para manter uma invencibilidade de 17 jogos como visitante na Libertadores e mais que encaminhar a classificação para as oitavas de final, mesmo sem atuação à altura do bicampeão continental na etapa final porque resolveu tirar o pé e descansar, com o que correu riscos desnecessários

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/