Brilhante vitória da inteligência brasileira!
Só três seleções venceram, em La Paz, a Bolívia, que fez gols em todos os jogos que disputou: Argentina (2 a 1); Equador (3 a 2) e Chile (3 a 2).
A Seleção Brasileira viajou para a capital boliviana sabedora da dificuldade de jogar a 3.600 metros de altitude.
Daí porque cozinhou os anfitriões até a metade do primeiro tempo, lentamente, em banho-maria.
Então, Bruno Guimarães enfiou um passe precioso para Paquetá fazer 1 a 0 e aquietar a torcida local que ameaçava se entusiasmar com o aparente domínio do time verde.
Pocotó, pocotó, pocotó, Paquetá, 1 a 0.
Cadenciando o jogo, com inteligência, arriscando chutes de fora da área quando atacava e fechando atrás de maneira compacta, a Seleção passou a administrar a vantagem com a autoridade de quem sabe estar diante de um time fraco, mas com 12 jogadores, a altitude.
Só que a tentativa de aproveitar o ar rarefeito e castigar o rival com seu próprio veneno não acertava o alvo.
Obcecado por resultado, Tite não parava de gritar, preocupado com manter a invencibilidade da Seleção e com ser o primeiro a não levar gol em La Paz.
Logo depois de quase levar, num meio susto, eis que Antony recebeu na frente em contra-ataque e deu na medida para Richarlison ampliar: 2 a 0, aos 44 minutos.
Um gol na metade do primeiro tempo, outro no fim, tinha receita melhor?
Era hora de ir para o vestiário e perguntar aos jogadores quem aguentava mais um tempo, quem não aguentava e, quem sabe?, trocar os cinco a que tem direito.
A Bolívia trocou três e o Brasil não trocou ninguém…Uai?!
Bando de fominhas, todos de olho numa vaga no Qatar…
A Bolívia acreditava no famoso "efeito segundo tempo".
E logo de cara, no segundo minuto, o eterno Moreno cabeceou e Alisson fez defesa estupenda.
Cinco minutos depois, outra defesaça dele.
E Martinelli substituiu Coutinho.
Pressão e altitude, altitude e pressão, parecia impossível evitar o gol, apesar da pouca técnica boliviana.
Os brasileiros seguiam jogando com a cabeça, inteligentemente como poucas vezes se viu um time nacional nas alturas. Admirável!
E de pé em pé, Bruno Guimarães fez um golaço ao receber de Paquetá e fazer 3 a 0, para garantir uma vitória digna de aplausos.
Logo depois Martinelli quase marcou gol antológico e Vaca perdeu outro que até um boi faria, em erro de Fabinho.
Rodrygo e Arthur entraram nos lugares de Antony e Paquetá.
Um golzinho era tudo que a Bolívia queria e podia, mas o Brasil resistia.
Aos 35 minutos, 16 a 14 para os amarelos em finalizações.
Arana no jogo no lugar de Alex Telles, aos 38'.
A verdade é que o jogo ia acabando com os brasileiros mais perto do quarto gol que os bolivianos do primeiro.
E digam os bolivianos o que quiserem, jogar na altitude de 3.600 metros é covardia e é desumano sim senhor. Tite tem toda razão.
Em São Paulo foi 5 a 0 sem forçar. Em La Paz foi 4 a 0, com QI elevado.
Sim, 4 a 0, porque, aos 45', Richarlison pegou o rebote do goleiro em arremate de Rodrygo e definiu a nova goleada.
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