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Blog do Juca Kfouri

Raphinha é quem tem alegria nas pernas

Juca Kfouri

01/02/2022 23h24

Aos 90 segundos de jogo no Mineirão, Raphinha abriu o placar e, cinco minutos depois, o VAR-Conmebol anulou o gol por toque no braço perceptível em dez segundos, para irritação de 32 mil torcedores no Mineirão, pouco mais da metade dos ingressos à venda.

Aos 16 minutos, Raphinha perdeu um gol incrível, em presente dado por Vinícius Junior, quando ele, na pequena área, furou de esquerda, a bola bateu na sua canela direita para subir sobre o travessão.

Aos 27 minutos, Raphinha recebeu lançamento espetacular de Marquinhos, driblou dois paraguaios na área e, finalmente, fez 1 a 0 para a Seleção. Só dava Raphinha!

Que dava um baile no Paraguai, com direito a chapéu de um lado, caneta do outro, uma festa

Leve e rápida, a Seleção não correu risco algum durante todo o primeiro tempo e fez por merecer pelo menos mais um gol.

Que Vinícius Junior desperdiçou aos 46', ao adiantar demais a bola e permitir que o goleiro impedisse o gol, em lançamento de Coutinho.

Tite tinha por que estar mais feliz com o desempenho do que com o resultado, ao contrário do que vinha acontecendo nas últimas apresentações de seu time, também porque, aos 49', o goleiro paraguaio Silva evitou mais um gol, na cabeçada de Thiago Silva.

A Seleção fez metade do jogo com nota 8.

Nem bem começou a segunda metade e Raphinha pegou de primeira uma belíssima jogada de Vinícius Junior e mandou a bola na trave.

Quase oito anos depois, o Mineirão descobria que alegria nas pernas quem tem é Raphinha, não Bernard…

Lembremos que o Brasil, em primeiro lugar nas Eliminatórias, já está classificado para a Copa do Mundo e o Paraguai, em penúltimo, já está eliminado, o que também explica a facilidade.

Aos 11', Coutinho fez lançamento espetacular para Paquetá quase marcar um golaço.

Aos 15', Tite pôs Antony e Gabriel Jesus nos lugares de Vinícius Junior e Matheus Cunha, ambos aparentemente com vagas certas no Qatar.

Aos 16', enfim, o 2 a 0. E que gol!

Philippe Coutinho soltou uma bomba ao receber de Marquinhos, outra vez, e ampliou, de fora da área.

Quando a intensidade brasileira começou a cair, Tite lançou Bruno Guimarães no lugar de Coutinho, sob aplausos e especial abraço do treinador da CBF. Talvez não tenha lugar para ele na janelinha no voo para Doha, mas, quem sabe, na poltrona do meio. Importante é estar no avião.

Aos 35' Raphinha pediu para sair, Rodrygo entrou, assim como Everton Ribeiro, no lugar de Paquetá, que também foi bem.

Aos 40', porque o Qatar é o objetivo de todos, Antony, de esquerda, fez mais um golaço, e pôs o 3 a 0 mais adequado no placar.

Então, já que virou festa, em modo linha de passe, Rodrygo ampliou: 4 a 0!

Em resumo, a Seleção proporcionou uma agradável noite de futebol.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/