Gylmar dos Santos Neves é acusado de colaborar com a ditadura militar
O ex-deputado Adriano Diogo, que presidiu a Comissão da Verdade em São Paulo, revelou ontem que Gylmar dos Santos Neves, bicampeão mundial pela Seleção Brasileira e pelo Santos, ídolo também do Corinthians, colaborou com a ditadura e frequentava os porões do DOI-CODI onde se torturavam e matavam inimigos do regime.
Adriano Diogo esteve preso no DOI-CODI por 90 dias onde foi barbaramente torturado e via Gylmar nas dependências da prisão.
Gylmar era chamado de "despachante do DOI-CODI", porque cabia a ele legalizar a documentação dos carros tomados dos presos e andava por todos os andares da tristemente célebre delegacia da rua Tutóia, da chamada Operação Bandeirante.
Como prêmio por seus serviços, ganhou uma concessionária da General Motors e obteve permissão para vender carros aos militares e delegados sem o pagamento de impostos.
A querida ouvinte e o caríssimo ouvinte não fazem ideia de como dói ao jornalista tornar pública uma revelação tão repugnante de alguém que foi seu ídolo na infância e até ontem.
Comentário para o Jornal da CBN desta terça-feira, 15 de fevereiro de 2022.
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