Vendo Nadal x Medvedev
A grande lição do esporte
Por ROBERTO VIEIRA
Para muitos, o esporte é fonte de renda, grana, dividendos. O esporte originário da Grécia mitológica e ressuscitado para educação no século XIX seria apenas um grande negócio movimentando bilhões de dólares pelo universo.
Impossível negar a indústria do esporte ou as fortunas por ele produzidas. A antiga atividade dos heróis helênicos, brincadeira dos aristocratas franceses e ingleses, virou coisa séria, digna de gente grande.
Porém, em todas as épocas, através das depressões, guerras e pandemias, o esporte se revelou fonte inestimável de lições para nosso dia e a dia ou mesmo para nossa sobrevivência na Terra.
Parte da humanidade acha o parágrafo anterior absurdo. O esporte seria mero passatempo ou mesmo cultura inútil. Um item na prateleira de supérfluos que abarrotam a existência humana.
Engano.
O esporte é grande professor. Mestre sábio e inspirador. Uma das maiores invenções humanas. Tão genial quanto a roda e a internet. Existem inúmeras lições deste professor, mas basta citar a mais importante delas. A grande lição do esporte. Lição que os grandes atletas como Ali, Fritz Walter, Nadal e Jesse Owens nos deram de graça nos ringues, campos, quadras ou pistas.
Na vida e no esporte, vencedores são aqueles que nunca desistem. Aqueles que lutam até o fim. Aqueles que não aceitam a derrota antecipada, o favoritismo adversário, o placar adverso, o apito final antes do último suspiro.
Dentro dos limites da ética, da técnica, do suor e da alma, todos os grandes campeões do esporte e da vida lutaram até o fim. Perderam muitas vezes, é certo, mas em inúmeros momentos transformaram o destino, as previsões e a história em triunfos da força e da vontade dignos dos deuses.
Momentos em que o esporte se transformou numa imensa sala de aula. Momentos nos quais a humanidade vivenciou a emoção da grande lição do esporte. Momentos nos quais os grandes campeões são como os 300 de Esparta.
Grandes campeões nunca desistem. Lutam sempre. Até o fim. Porque o final pode ser a derrota, mas o roteiro somos nós que escrevemos nos ringues, campos, quadras ou pistas.
E também na vida…
Nota do blog: depois de mais de cinco horas de jogo, depois de estar perdendo por 2 a 0, Nadal virou, ganhou por 3 a 2 e se tornou o maior ganhador de Grand Slams: 21!
Sobre o Autor
Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/