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Blog do Juca Kfouri

Vendo Nadal x Medvedev

Juca Kfouri

30/01/2022 10h19

A grande lição do esporte

Por ROBERTO VIEIRA

Para muitos, o esporte é fonte de renda, grana, dividendos. O esporte originário da Grécia mitológica e ressuscitado para educação no século XIX seria apenas um grande negócio movimentando bilhões de dólares pelo universo. 

Impossível negar a indústria do esporte ou as fortunas por ele produzidas. A antiga atividade dos heróis helênicos, brincadeira dos aristocratas franceses e ingleses, virou coisa séria, digna de gente grande. 

Porém, em todas as épocas, através das depressões, guerras e pandemias, o esporte se revelou fonte inestimável de lições para nosso dia e a dia ou mesmo para nossa sobrevivência na Terra.

Parte da humanidade acha o parágrafo anterior absurdo. O esporte seria mero passatempo ou mesmo cultura inútil. Um item na prateleira de supérfluos que abarrotam a existência humana. 

Engano. 

O esporte é grande professor. Mestre sábio e inspirador. Uma das maiores invenções humanas. Tão genial quanto a roda e a internet. Existem inúmeras lições deste professor, mas basta citar a mais importante delas. A grande lição do esporte. Lição que os grandes atletas como Ali, Fritz Walter, Nadal e Jesse Owens nos deram de graça nos ringues, campos, quadras ou pistas.

Na vida e no esporte, vencedores são aqueles que nunca desistem. Aqueles que lutam até o fim. Aqueles que não aceitam a derrota antecipada, o favoritismo adversário, o placar adverso, o apito final antes do último suspiro. 

Dentro dos limites da ética, da técnica, do suor e da alma, todos os grandes campeões do esporte e da vida lutaram até o fim. Perderam muitas vezes, é certo, mas em inúmeros momentos transformaram o destino, as previsões e a história em triunfos da força e da vontade dignos dos deuses.

Momentos em que o esporte se transformou numa imensa sala de aula. Momentos nos quais a humanidade vivenciou a emoção da grande lição do esporte. Momentos nos quais os grandes campeões são como os 300 de Esparta.

Grandes campeões nunca desistem. Lutam sempre. Até o fim. Porque o final pode ser a derrota, mas o roteiro somos nós que escrevemos nos ringues, campos, quadras ou pistas.

E também na vida…

Nota do blog: depois de mais de cinco horas de jogo, depois de estar perdendo por 2 a 0, Nadal virou, ganhou por 3 a 2 e se tornou o maior ganhador de Grand Slams: 21!

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/