Imortal sobrevive dramaticamente em Itaquera

Com 20 minutos de jogo, o Grêmio havia feito 11 faltas e tinha Kannemann e Rafinha amarelados em Itaquera.
O Corinthians não havia feito nenhuma falta, mas tampouco conseguia se impor em sua casa mais uma vez lotada, onde vencera os últimos oito jogos, sete deles com a Fiel já presente.
O Grêmio não podia perder que seria rebaixado e estava uma pilha de nervos, embora melhor no gramado.
O Corinthians, se vencesse, garantiria lugar na fase de grupos da Libertadores. E procurava acalmar os ânimos, quebrar o ritmo do clássico, ao jogar com segurança, lentamente. A Fiel detestava.
Só aos 31 minutos o Corinthians, de fato, atacou e, em combinação com Renato Augusto, Willian acertou a trave gaúcha. Metade do Rio Grande do Sul gelou.
Sete minutos depois, Ferreirinha foi à linha de fundo e deu para Diego Souza matar no peito, dar a sensação de ter perdido o controle da bola, mas, assim mesmo, chegar antes de Gil e mandar para o fundo da rede: 1 a 0! Gol para levantar defunto.
Diego Souza, enfim, fazia um gol importante em Cássio, o que podia ser um ótimo presságio para o Grêmio.
O Grêmio jogava pela vida e jogava. E ganhava.
O Corinthians parecia fazer apenas mais um jogo. E perdia.
Só que o Grêmio voltou diferente para o segundo tempo e Willian, que já fizera um bom primeiro tempo, comandava o Corinthians no segundo.
Thiago Santos se machucou e Sarará entrou aos 9'.
E GP substituiu Xavier, aos 12'.
O Grêmio não vendia nem alugava um centímetro do gramado, ao contrário, comprava o que podia.
O Corinthians, ao contrário, só especulava.
Villasanti e Borja em campo, aos 25', nos lugares de Campaz e Diego Souza.
Ruan e Wanderson, aos 29', nos lugares de Jhonata Robert e Rafinha foram as últimas mexidas de Vagner Mancini.
Mosquito substituiu Giuliano e Sylvinho amontoava atacantes, expediente tão antigo como andar para trás.
Não havia nem ameaça de gol na zona leste paulistana.
A melhor atuação de Willian desde a volta não encontrava eco nem em Renato Augusto, nem em Giuliano e, muito menos, em Roger Guedes, em atuação confusa.
Mas Renato Augusto é Renato Augusto e, aos 40', deixaram ele ajeitar e bater. Não deveriam. Ele mandou no ângulo e empatou: 1 a 1.

O mesmo resultado de 2007, mas que mantinha o Grêmio ainda vivo.
Jô e Willian, que não gostou com toda razão, saíram para Vitinho e Luan jogarem.
A suprema ironia e a suprema maldade seriam Luan fazer o gol da virada.
Mas não fez, embora tenha dado passe para Roger Guedes fazer e ele não tenha feito.
O Grêmio ainda vive, recebe o campeão Galo na 5ª feira e torce por combinação milagrosa de resultados. Uma pena!
O Corinthians estará na fase de grupos da Libertadores .

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