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Blog do Juca Kfouri

Galo começa jogo como campeão e termina como fabuloso bicampeão! Hulk, Keno e Keno!

Juca Kfouri

02/12/2021 19h54

O Galo mandou no jogo na Fonte Nova desde o início.

A vontade de ser campeão e seu time superior prevaleceram sobre o medo de cair do Bahia com time inferior.

Fácil não era, é claro, porque os 90 minutos em Salvador significavam o ponto final de uma busca de 50 anos.

Os mineiros não tinham seus dois volantes titulares, Allan e Jair, suspensos, assim como Diego Costa, também curtindo gancho.

O Atlético ficava com a bola 60% do tempo e Keno teve a melhor chance ao chutar de fora da área para boa defesa de Danilo Fernandes.

Mais perto do fim do primeiro tempo foi a vez de Nacho Fernández, aí de dentro da área, ver o goleiro fazer não apenas boa defesa, mas excelente.

Ameaçar mesmo o Bahia só conseguiu uma vez, com Rodriguinho, de cabeça, aos 44 minutos.

Mas o 0 a 0 que ainda não dava o título ao Galo, e nem tirava o Bahia da ZR, persistia no placar.

O segundo tempo começou em ritmo de quem estava disposto a deixar de lado quaisquer cuidados.

De cara, em menos de três minutos, Nathan Silva impediu gol baiano e na resposta Hulk atingiu a trave baiana.

O candidato óbvio a ser o que foi o Rei Dadá em 1971, o autor do gol do título em 2021, era o Incrível Hulk.

O jogo ficou eletrizante, lá e cá, digno de decidir o Brasileirão. Ou não.

Ou não!

O zagueiro Luiz Otávio meteu a cabeça na bola em cobrança de escanteio, aos 16', botou o Bahia na frente e o tirou da ZR, além de deixar o título do Galo para amanhã, caso o Flamengo não derrote o Sport, no Recife, ou para domingo, no Mineirão, contra o Bragantino. Ou…

O Athletico Paranaense entrava mesmo na ZR porque o artilheiro Gilberto, como típico centroavante, ampliou, aos 20': 2 a 0, em cruzamento certeiro de Raí.

Sasha e Nathan foram chamados imediatamente para os lugares de Vargas e Nacho.

Quase 30 mil torcedores faziam uma festa incrível, emudecida em seguida, porque Luiz Otávio fez pênalti em Sasha depois de passe de Nathan e Hulk diminuiu: 2 a 1, aos 28'.

De apreensiva para paralisada a torcida ficou quando Keno, livre, fez um belo gol para empatar 2 a 2, aos 29'.

Sim, em dois minutos, 2 a 2.

Rodallega e Daniel entraram nos lugares de Gilberto e Mugni.

Não adiantou, porque, em contra-ataque, nova bola nos pés de Keno, na entrada da área e, iluminado, ele fez o 3 a 2, ao receber de Nathan, aos 33'.

Impressionante!

Zaracho saiu e Igor Rabello entrou.

Ser campeão com uma virada dessas é mais que histórico, é épico.

Keno saiu e Dodô entrou, aos 40'.

O Bahia com os nervos à flor da pele e o Galo absoluto depois de cantar três vezes: Hulk, Keno e Keno!!!

Que enorme bicampeão!

50 anos em 5 minutos.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/