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Blog do Juca Kfouri

Fiel dá show e corintianas retribuem em triplo

Juca Kfouri

08/12/2021 22h55

O time feminino do Corinthians é tricampeão paulista e conquistou a tríplice coroa em 2021, ao somar o título estadual ao nacional e ao continental brilhantemente conquistados.

No estádio de Itaquera lotado as meninas precisavam vencer por dois gols de diferença para conquistar o título e fez 2 a 0 ainda no primeiro tempo, com dois gols de Gabi Zanotti, além de carimbar o travessão do São Paulo.

São Paulo claramente intimidado pela presença maciça da Fiel, incapaz de pressionar o rival e amassado pelo volume de jogo de pé em pé das adversárias, mas que ganhou um gol de presente da goleira alvinegra Natasha, no último minuto da primeira etapa, ao sair jogando errado e dar a bola nos pés de Naná, que agradeceu: 2 a 1.

O placar moral que era de 4 a 0 mostrava só 2 a 1, para gelar o entusiasmo das anfitriãs, que já pareciam vitoriosas, e aquecer o moral das visitantes, que aparentavam estar derrotadas.

Fato é que o resultado, se mantido, levaria a decisão à marca do pênalti e o empate daria o título às tricolores.

E o São Paulo era outro no começo do segundo tempo, capaz de jogar de igual para igual e de diminuir o barulho da torcida, apreensiva.

A artilheira Duda entrou no jogo aos 11 minutos para buscar o empate.

Não demorou para que as corintianas retomassem o controle da decisão e dessem um clima de dramaticidade à finalíssima. A torcida acompanhou.

Tricampeã brasileira, tricampeã da Libertadores, a equipe roxa sofria mais do que esperava para ser também tricampeã paulista.

O São Paulo jogava no erro do Corinthians e se dava bem.

À medida que o tempo passava o jogo ia ficando cada vez mais tenso e dava espaço até para pequenas rusgas entre as jogadoras.

Outro erro de saída de bola de Natascha proporcionou escanteio que resultou em bola no travessão corintiano, aos 29', na melhor oportunidade da etapa final, na cabeça de Glaucia.

A vice-artilheira corintiana Jennifer também foi para o jogo, aos 34'.

O São Paulo crescia e pressionava.

O jogo era constantemente interrompido por câimbras e recursos para paralisar a pressão de um lado ou do outro, vício masculino infelizmente copiado pelas mulheres.

Ansiosas, as corintianas erravam passes em cima de passes, fisicamente inferiores às rivais.

Mais de 30 mil torcedores estabeleciam o novo recorde para jogos entre clubes femininos no Brasil.

Que foram à loucura quando, aos 45', em contra-ataque, Adriana fez o terceiro gol para consagrar o tri e a tríplice: 3 a 1, com a participação de sete jogadoras no lance e passe final de Vic.

O técnico Arthur Elias ganhou seu décimo título.

Sem dúvida, emocionante e justo, principalmente, pelo primeiro tempo.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/