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Blog do Juca Kfouri

O tri da Libertadores palmeirense na bola e no coração!

Juca Kfouri

27/11/2021 19h37

6 minutos no Estádio Centenário mais rubro-negro que alviverde.

O Palmeiras parece mais nervoso e o Flamengo mais ofensivo.

Então, Gustavo Gómez estica a bola para Mayke que vai ao fundo para cruzar e Raphael Veiga aproveitar e fazer 1 a 0, por baixo de Diego Alves.

Abel Ferreira teve a coragem de escalar Gustavo Scarpa e deixar Felipe Melo no banco.

O Palmeiras se defendia muito bem e atacava com mais perigo que o Flamengo, incapaz de levar perigo ao gol de Weverton.

Filipe Luís se machucou e Renê entrou, aos 30'.

O Verdão era senhor do jogo como determinação e imposição física.

Só aos 42' o Flamengo teve chance real de empatar, quando Weverton evitou o gol de Arrascaeta.

A sensação era a de que os paulistas foram a Montevidéu a trabalho e os cariocas a passeio.

Como Breno Lopes, na final passada, o improvável Mayke era decisivo ao dar o passe para o gol.

O rubro-negro otimista confiava na virada como em 2019 contra o River Plate. E em Michael.

O alviverde realista acreditava na capacidade da defesa que ninguém passa e na bola que Danilo estava jogando, por ele e por Felipe Melo.

Em dois minutos iniciais do segundo tempo, por duas vezes, Gabigol teve a chance do empate. Mas Michael seguia no banco.

O Flamengo parecia ter acordado.

Rony respondeu em seguida para bela defesa de Diego Alves.

Aos 55' foi a vez de Weverton tirar o doce dos pés de David Luiz.

O jogo era digno da decisão. Muito bom mesmo!

Aos 59', Bruno Henrique, tirou lasca da trave, de cabeça.

Aos 62', Michael no lugar de Everton Ribeiro.

O baiano Danilo, 20 anos, um gigante, teve de sair aos 68', trocado por Patrick de Paula, 22.

Então, Arrascaeta, outro gigante, trocou passe com Gabigol e o artilheiro empatou 1 a 1, aos 72', ao bater rente à trave e Weverton não conseguiu defender.

Pelo segundo tempo era justo, porque o Palmeiras aceitou demais o domínio flamenguista.

Imediatamente Wesley entrou em lugar de Dudu, para surpresa geral, e Matheuzinho substituiu Isla, para surpresa de ninguém.

O Flamengo não poderia trocar mais ninguém e Daniel Barbosa entrou no lugar de Zé Rafael, esgotado

Se houver prorrogação será difícil que 22 jogadores a terminem.

Aos 85', o inacreditável: Arrascaeta descobriu Michael na área e deu a virada de presente, mas ele a jogou para fora, no primeiro gol verdadeiramente perdido da decisão.

Com o que, veio a prorrogação.

Era quase desumano e era inteiramente sobre-humano.

Deyverson e Kenedy nos lugares de Raphael Veiga e Bruno Henrique, nos dois ataques.

E aos 94', Andreas Pereira resolveu presentear Deyverson e o palmeirense agradeceu para fazer 2 a 1. Coisa de louco. Andreas tropicou na grama, perdeu o tempo de uma bola dominada e permitiu o desarme de maneira estarrecedora.

Ninguém merecia errar desse jeito, mas é a vida.

Gabigol teve a possibilidade de empatar em seguida, mas mandou por cima.

E vieram os 15 minutos finais da prorrogação.

Com eles vieram, de cara, Gabriel Menino, no lugar de Mayke e, depois, aos 110', Vitinho e Pedro, nos lugares de Arrascaeta e Andreas Pereira.

Felipe Melo, para cumprir a palavra de Abel Ferreira, foi para o jogo, aos 112', no lugar de Piquerez, de maca.

No 10° jogo da escrita, o Palmeiras derrotava o Flamengo no jogo mais importante da série para ser tricampeão da Libertadores.

E sem contestação.

No fim, impagável, Deyverson simulou falta do árbitro

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/