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Blog do Juca Kfouri

Nação abraça o time que não decepciona

Juca Kfouri

30/11/2021 20h33

O zagueiro Fabinho, do Ceará, talvez impressionado com a presença maciça da Nação no Maracanã, resolveu ser solidário com Andreas Pereira.

E, aos 2 minutos de jogo, permitiu a Diego roubar-lhe a bola e entregá-la para Gabigol fazer 1 a 0 e correr para a galera — evidentemente agradecido pela recepção calorosa, mesmo à custa do cartão amarelo.

A ausência de Renato Gaúcho preenchia uma lacuna no banco rubro-negro e no estádio, permitindo um clima amoroso entre time e torcida.

Nem por isso a defesa rubro-negra deixava de oferecer espaços aos rivais ou o ataque não produzia belas jogadas, como uma, espetacular em contra-ataque, que culminou com passe de Andreas Pereira para Bruno Henrique ampliar, mas em impedimento.

Diego Alves se machucou e deu lugar a Hugo, aos 27', porque a idade é impiedosa.

O Flamengo permanecia a oito pontos do Galo, tendo nove a disputar, e impedia a coisa chata de ser campeão no sofá.

Mas havia muito tempo ainda pela frente.

Tempo que o Flamengo aproveitou para mandar na partida e ainda, novamente com Gabigol, de cabeça, mandar uma bola no travessão cearense em passe preciso de Matheuzinho.

O segundo tempo seguiu com os cariocas criando um sem-número de chances de gol até que por não fazer, tomou.

Tomou aos 26', com Rick que veio do banco para pegar rebote de Hugo, em arremate de González, e empatar.

O empate significava o fim de 50 anos de jejum do Atlético Mineiro, bicampeão brasileiro.

Já com Michael e Arrascaeta em campo o Flamengo perdeu mais uma chance com Gabigol e embora desse a impressão de que ainda venceria ao perder tantos gols corria mesmo era o risco de levar a virada.

Não levou!

Ao contrário, fez o segundo gol com Matheuzinho, com raiva, de dentro da área.

Michel cruzou, Bruno Henrique não conseguiu dominar, mas a bola sobrou para o lateral estufar a rede.

Aquilo de sempre: não era justo, era justíssimo! Na verdade era para estar 4 a 0.

O jejum atleticano continua por mais algumas horas. Melhor assim.

O título virá em campo, embora o Vozão ainda tenha buscado o empate e o goleiro João Ricardo tenha evitado o 3 a 1 dos pés de Andreas Pereira.

E o Maracanã, com 48 mil torcedores, cantava "Mister, Mister", depois de belíssima demonstração de carinho com os vice-campeões continentais e nacionais de 2021.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/