Seleção perde 100% sem jogar bulhufas
O primeiro tempo de Colombia 0, Brasil 0, não foi tão ruim como Venezuela 1, Brasil 0.
Também não foi tão melhor.
Lucas Paquetá e Fred puderam fazer o primeiro gol, mas perderam.
A Seleção Brasileira até que começou a partida em Barranquila parecendo que queria jogar.
Mas à medida que o tempo passava, como essa Colômbia é das mais fracas dos últimos anos, o time nacional perdeu-se em firulas, parecia querer marcar só se o gol fosse bonito e tentava entrar pelo meio congestionado da defesa colombiana.
Enfim, mais um porre.
A expectativa ficava toda para o segundo tempo.
Será que Raphinha entraria? Por que Arana estava no banco se é muito melhor que Alex Sandro? Lucas Paquetá é melhor que Everton Ribeiro?
Só Tite tem as respostas.
Nem nervoso o jogo estava e Neymar não apanhava como é praxe.
Bonito mesmo só o estádio Metropolitano, coalhado de amarelo, na quente e úmida Barranquilla, como Manaus, embora por razões climáticas diferentes, onde Brasil e Uruguai vão se enfrentar na próxima quinta-feira.
O intervalo, por isso, dado o desgaste dos dois times, durou 22 minutos, que não serviram para Tite mexer no time.
Ele estava feliz com o desempenho?
Gabriel Jesus nem ajoelhava nem rezava, Gabigol estava desaparecido e Neymar desfilava sem contundência.
Aos 15 minutos, finalmente, Raphinha entrou, e no lugar de Gabigol que, enfim, apareceu.
O jogo precisava desesperadamente de um gol, para qualquer lado, para que pudesse ser chamado de jogo.
Porque mais cedo, por exemplo, na decisão da Liga das Nações, França e Espanha fizeram primeiro tempo chato, sem gols, sem emoção, sem nada. O segundo, em compensação, foi jogaço, vitória francesa por 2 a 1, de virada, com golaços de Benzema e Mbappé.
Neymar começou a errar jogada após jogada, até quase dar um gol ele deu aos colombianos, que Alisson evitou.
Teria Tite coragem de tirá-lo?
Aos 21 minutos, o "si se puede" tomava conta do estádio, o "eu acredito" do Galo em espanhol.
Aos 26', Antony e Thiago Silva nos lugares de Gabriel Jesus e Militão, machucado.
Neymar? Neymar e o pai dele são sócios vitalícios da CBF.
Caía a noite em Barranquilla quando pela primeira vez um brasileiro foi para um contra um.
Quem?
Raphinha, do Leeds United, discípulo de Loco Bielsa.
O jogo (?) não atava nem desatava, no nível assim de Lucas Paquetá que, francamente, não pode, não pode, não pode…
Aos 39', a melhor jogada do jogo(?), quando Raphinha lançou Antony e Ospina salvou o gol que manteria a campanha 100% da Seleção, décima vitória em dez jogos.
Não que a Seleção merecesse, mas os meninos sim.
Raphinha fez outra jogada brilhante pela direita, aos 42', deu o gol para Neymar e o jogador do PSG não conseguiu nem matar a bola, só o torcedor de raiva.
NOTAS
A defesa brasileira fica com 6, o meio de campo com três, e o ataque com zero, noves fora Raphinha, nota 8.
Para o zero do ataque a colaboração de Neymar foi imprescindível, com menos zero.
O melhor lance dele foi o quase beijo que deu em Mina.
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Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/