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Blog do Juca Kfouri

Seleção perde 100% sem jogar bulhufas

Juca Kfouri

10/10/2021 19h01

Este time perdeu o 100%

O primeiro tempo de Colombia 0, Brasil 0, não foi tão ruim como Venezuela 1, Brasil 0.

Também não foi tão melhor.

Lucas Paquetá e Fred puderam fazer o primeiro gol, mas perderam.

A Seleção Brasileira até que começou a partida em Barranquila parecendo que queria jogar.

Mas à medida que o tempo passava, como essa Colômbia é das mais fracas dos últimos anos, o time nacional perdeu-se em firulas, parecia querer marcar só se o gol fosse bonito e tentava entrar pelo meio congestionado da defesa colombiana.

Enfim, mais um porre.

A expectativa ficava toda para o segundo tempo.

Será que Raphinha entraria? Por que Arana estava no banco se é muito melhor que Alex Sandro? Lucas Paquetá é melhor que Everton Ribeiro?

Só Tite tem as respostas.

Nem nervoso o jogo estava e Neymar não apanhava como é praxe.

Bonito mesmo só o estádio Metropolitano, coalhado de amarelo, na quente e úmida Barranquilla, como Manaus, embora por razões climáticas diferentes, onde Brasil e Uruguai vão se enfrentar na próxima quinta-feira.

O intervalo, por isso, dado o desgaste dos dois times, durou 22 minutos, que não serviram para Tite mexer no time.

Ele estava feliz com o desempenho?

Gabriel Jesus nem ajoelhava nem rezava, Gabigol estava desaparecido e Neymar desfilava sem contundência.

Aos 15 minutos, finalmente, Raphinha entrou, e no lugar de Gabigol que, enfim, apareceu.

O jogo precisava desesperadamente de um gol, para qualquer lado, para que pudesse ser chamado de jogo.

Porque mais cedo, por exemplo, na decisão da Liga das Nações, França e Espanha fizeram primeiro tempo chato, sem gols, sem emoção, sem nada. O segundo, em compensação, foi jogaço, vitória francesa por 2 a 1, de virada, com golaços de Benzema e Mbappé.

Neymar começou a errar jogada após jogada, até quase dar um gol ele deu aos colombianos, que Alisson evitou.

Teria Tite coragem de tirá-lo?

Aos 21 minutos, o "si se puede" tomava conta do estádio, o "eu acredito" do Galo em espanhol.

Aos 26', Antony e Thiago Silva nos lugares de Gabriel Jesus e Militão, machucado.

Neymar? Neymar e o pai dele são sócios vitalícios da CBF.

Caía a noite em Barranquilla quando pela primeira vez um brasileiro foi para um contra um.

Quem?

Raphinha, do Leeds United, discípulo de Loco Bielsa.

O jogo (?) não atava nem desatava, no nível assim de Lucas Paquetá que, francamente, não pode, não pode, não pode…

Aos 39', a melhor jogada do jogo(?), quando Raphinha lançou Antony e Ospina salvou o gol que manteria a campanha 100% da Seleção, décima vitória em dez jogos.

Não que a Seleção merecesse, mas os meninos sim.

Raphinha fez outra jogada brilhante pela direita, aos 42', deu o gol para Neymar e o jogador do PSG não conseguiu nem matar a bola, só o torcedor de raiva.

NOTAS

A defesa brasileira fica com 6, o meio de campo com três, e o ataque com zero, noves fora Raphinha, nota 8.

Para o zero do ataque a colaboração de Neymar foi imprescindível, com menos zero.

O melhor lance dele foi o quase beijo que deu em Mina.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/