Nem precisava de tanto, Seleção!

Nem precisava de tanto.
Na sauna manauara, a Seleção Brasileira gastou a bola em primeiro tempo quase impecável.
Com Neymar à vontade e Raphinha incendiando o jogo e a torcida, o time de Tite, enfim, sobrou.
E contra a pesada camisa Celeste, que pouco fez diante da bem estruturada defesa amarela, apenas duas vezes chegou com perigo.
Já o ataque canarinho levou perigo constante à meta uruguaia, o que obrigou Muslera a fazer duas grandes defesas.
Neymar abriu o marcador ao receber lindo passe de Fred e fazer tudo que sabe, ao matar no peito, se livrar do goleiro e bater com pouco ângulo para fazer um golaço, aos 9 minutos.
Em seguida, em rebote de chute de Neymar depois de ótima jogada de Paquetá, Raphinha, o xodó da torcida, tocou para o fundo da rede, aos 17'.

Óscar Tabárez fez três mudanças para o segundo tempo e Tite não mexeu, embora pudesse botar Gabigol no lugar de Gabriel Jesus, que havia perdido dois gols.
Era até natural que a Seleção tirasse o pé na etapa final dado o calor e a umidade na Arena da Amazônia. Mas o time voltou igualmente ligado e com Neymar ainda mais.
De cara ele deu o 3 a 0 para Gabriel Jesus que parou em Muslera, assim como, no mesmo lance, o goleiro oriental evitou mais um gol de Raphinha, aos 6'.
O Uruguai quis jogar e foi à frente. Não deveria.
Aos 12', no primeiro contra-ataque brasileiro, Neymar deu um tapa para Raphinha entrar na diagonal e fazer 3 a 0. Um show!

Então, aos 15', Antony entrou no lugar de Paquetá e Gabigol substituiu Gabriel Jesus.
Na primeira jogada dos dois que entraram, Antony foi ao fundo e deu para Gabigol promover mais uma grande defesa de Muslera.
Aos 25', Raphinha e Fabinho saíram para as entradas de Everton Ribeiro e Douglas Luíz.
Três minutos Antony e Neymar fizeram o contra-ataque para Gabigol fazer o 4 a 0 e Muslera não deixou, mas era gol imperdível.
Como quem não faz toma, em cobrança de falta, Suárez diminuiu, 3 a 1, aos 31'.
Pois talvez não devesse.
Porque aos 37', Neymar cavou na cabeça de Gabigol e, finalmente, Muslera aceitou, ao não fazer a defesa menos difícil: 4 a 1.

Tite deu sete minutos para Edenilson, no lugar de Fred.
E a Seleção desfez a péssima impressão que vinha deixando não é de hoje.
Completou 11 jogos sem perder nas Eliminatórias, com dez vitórias, e 12 invicta diante da Celeste, esmaecida, tristemente distante do que já foi.
NOTAS
Ederson foi quase perfeito sempre que exigido, mas não evitou o gol, 7;
Emerson bem atrás e no apoio, 7;
Thiago Silva e Lucas Verissimo não deixaram Suárez e Cavani jogarem, 7,5;
Alex Sandro cumpriu seu papel, 6,5;
Fabinho, seguro, protegeu a defesa como deve, 7;
Fred jogou muito, 7,5;
Lucas Paquetá se movimentou mais e foi mais ousado, 7,5;
Neymar foi o dono do jogo, 9;
Gabriel Jesus ficou devendo, 5;
Raphinha brilhou como há tempos não se via uma novidade brilhar na Seleção, 8,5;
Antony entrou muito bem e está pedindo passagem, 7,5;
Gabigol perdeu os mesmos dois gols perdidos por Gabriel Jesus, mas fez o 4 a 1, 7;
Os demais três ficam sem nota pelo pouco tempo.
Tite tem motivos para dormir feliz depois de muito tempo, 7,5.
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