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Blog do Juca Kfouri

Empate desastroso para o Palmeiras. Agora é tudo ou nada!

Juca Kfouri

03/10/2021 20h09

O Palmeiras, em casa, tomou um susto do Juventude logo aos 6 minutos de jogo.

Gustavo Scarpa, como é raro, errou passe, deu contra-ataque e a defesa fez falta que Castilho, nome de historico goleiro do Fluminense e da Seleção, bateu para surpreender o excelente Weverton, do Palmeiras e da Seleção.

Jogando mal, o Palmeiras só foi empatar aos 28', quando Scarpa se redimiu ao bater escanteio venenoso, a defesa gaúcha se embananou e Danilo empatou na pequena área, com gesto acrobático, de enorme mobilidade, como se fosse de borracha.

Na retranca, o Juventude impedia ao Palmeiras aproveitar lançamentos longos, como prefere, e o ataque alviverde inexistia.

Até o fim do primeiro tempo o Palmeiras teve apenas uma chance de virar e seria um golaço, de letra, de Rony, que o goleiro Douglas evitou.

E, nos acréscimos, Weverton fez milagre para impedir novo gol dos visitantes.

Ao contrário do 1 a 1 com o Galo, o de hoje não interessava de jeito nenhum ao Verdão. E tinha todo o segundo tempo para mudá-lo.

Com Piquerez no lugar de Jorge, o Palmeiras voltou depois do intervalo para fazer a virada e quase sofreu, por duas vezes, outro gol de Castilho antes do segundo e do terceiro minutos. Incrível!

Quando a etapa final chegou aos 15 minutos, o repertório limitado do Palmeiras tornava a virada cada vez mais difícil, mas Dudu e Raphael Veiga estavam no banco para mudar o panorama que se valia quase apenas de bolas aéreas na área gaúcha e da velha e boa bola parada.

O primeiro a sair do banco, porém, foi Felipe Melo, credenciado pelos desempenhos contra o Galo.

Com ele, Dudu e Veron, aos 18, para as saídas de Zé Rafael, Wesley e Luíz Adriano.

Mas foi Scarpa quem, em cobrança de falta, acertou a trave de Douglas, aos 24', um pecado!

Desenhava-se o empate desastroso para as pretensões palmeirenses no Brasileirão, quase que já limitando a temporada ao título continental, pois o time ficaria a dez pontos, três rodadas, do Galo, e apenas um ponto à frente do Flamengo, que tem dois jogos a menos.

É claro, ganhar a Libertadores, mais que salvar o ano, é verdadeira apoteose, e permitirá dizer que o clube perdeu todos os títulos menos importantes — Paulistinha, Supercopa do Brasil, Recopa Sul-Americana, Copa do Brasil e Brasileirão — para ganhar o maior.

Só que, se perdê-lo, e para o algoz Flamengo, 2021 ficará marcado como ano desgraçado.

E parece óbvio que Abel Ferreira voltará para casa no fim do ano, com qualquer resultado, mesmo que venha a ganhar o sonhado inédito Mundial de Clubes.

Aos 41', Deyverson entrou para buscar o gol salvador, no lugar de Danilo.

Aos 45', quase Dudu virou, mas a bola desviou nas costas do zagueiro.

Os escanteios se sucediam e nada. Que sofrimento! Até bicicleta Felipe Melo tentou.

Bola no chão, troca de passes verticais, triangulações, nada. Muito pouco, sinhoire Abel.

E o desastre se consumou.

O Palmeiras passa a viver o tudo ou nada.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/