É preciso continuar com a CPI da Chapecoense

A CPI da Chapecoense, instalada pelo Senado Federal em dezembro de 2019, com duração prevista até agosto de 2020, foi justificadamente interrompida por causa da pandemia.
Por mais grave e importante que fosse apurar todas as barbaridades cometidas antes, durante e depois do voo que matou 71 pessoas, a devastação da Covid se sobrepôs.
Foram realizadas sete reuniões até que houvesse a interrupção, ouvidas mais de uma dezena de pessoas diretamente envolvidas com o desastre aéreo e, de repente, não mais, fez silêncio em torno da CPI que envolve seguradoras e corretoras multinacionais poderosas como a japonesa Tokio Marine e a britânica AON Benfield, além da famigerada companhia aérea LaMia e das autoridades de fiscalização de voos da Bolivia, Brasil e Colômbia.
Se a interrupção da CPI teve justificativa, o silêncio em torno dela há muito deixou de ter, com as surpreendentes renúncias tanto do presidente da CPI, o senador Jorginho Mello (PL-SC), e do relator, senador Izalci Lucas (PSDB-DF).
Dos membros mais atuantes na CPI, apenas o senador Esperidião Amin (PP-SC) tem respondido aos que perguntam sobre a continuidade da CPI.
O descaso dos demais desrespeita 71 famílias e a dor do país que quase cinco anos atrás acordou perplexo com a tragédia.
Além de ferir gravemente a credibilidade do Senado e das Comissões Parlamentares de Inquérito.
Urge seguir adiante com a CPI da Chapecoense, não deixar impunes os responsáveis e ressarcir a quem de direito.
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Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/