A Catalunha chora

Ele chegou de mansinho, aos 13 anos e, 21 anos depois, vai embora.
Desde 2004, quando estreou no time principal, aos 17, vestiu a camisa do Barcelona 778 vezes, marcou 672 gols, média de 0,86, e deu 268 passes para gols.
Títulos, conquistou todos que eram possíveis, uma, duas, ou mais vezes.
Pelé chegou ao Santos em 1956, aos 16, e saiu para jogar no Cosmos, nos Estados Unidos, em 1977, também 21 anos depois.
Como o Rei do futebol, o Vice-Rei se confunde com as cores do clube.
Pense numa criança catalã. Quanta tristeza!
Pense em quem chega aos 21 anos, e por toda vida, em Barcelona, viu Messi no Camp Nou ou o encontrou nas famosas ramblas da ciutat.
A paisagem da orgulhosa Catalunha nunca mais será a mesma.
Quem viveu a despedida do Rei é bem capaz de sentir a mesma dor.
Há vínculos que devem ser para sempre e nada compensa a frustração de vê-los encerrados.
Lionel Messi e o Barça deveriam ser exatamente assim.
Mas a vida raramente é vivida como a idealizamos.
Daí as lágrimas, o inconformismo.
Ninguém merece, hoje, ser criança na Catalunha.
Sobre o Autor
Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/