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Blog do Juca Kfouri

VAR decide o Choque-Rei contra o São Paulo

Juca Kfouri

31/07/2021 20h59

Se o primeiro tempo no Morumbi fosse uma luta de boxe, o São Paulo teria vencido o Palmeiras por pequena margem de pontos, embora Tiago Volpi tenha feito duas defesas difíceis e Weverton apenas uma e fácil.

E se não tivesse VAR o Tricolor teria um pênalti de Gustavo Gomes em Marquinhos que o assoprador assinalou e a ferramenta o fez mudar de opinião, depois de falha grotesca de Felipe Melo.

O São Paulo foi mais insinuante e seu jogo coletivo suplantou as individualidades mais decisivas do Verdão.

O menino Marquinhos não apenas não se intimidou com Felipe Melo como, ao contrário, logo de cara deu-lhe uma pegada para mostrar que não teme cara feia.

Nem Gustavo Scarpa nem Raphael Veiga nem muito menos Zé Rafael jogavam bem

E o quarteto de garotos do meio de campo são-paulino, Liziero Rodrigo Nestor, Igor Gomes e Gabriel Sara, desenvolvia dinâmica incessante, marcava e criava melhor.

Mas o 0 a 0 não saiu do placar em Choque-Rei bastante agradável.

Abel Ferreira em busca de sua primeira vitória em seu 5º clássico, não esperou muito para mexer no segundo tempo que seguia igual ao primeiro e trocou Scarpa e Wesley por Gabriel Veron e Breno Lopes, logo aos 12 minutos.

E, para variar, ao mesmo tempo, o São Paulo perdeu Marquinhos com lesão muscular e o trocou por Rojas.

Uma pena porque ao contrário dos alviverdes substituídos, o atacante tricolor jogava bem, muito bem.

E não é que Weverton lançou Breno Lopes que só não abriu o placar porque Volpi dividiu a tempo?

De repente, o jogo mergulhou em marasmo surpreendente como se o empate satisfizesse os dois, uma bobagem, porque o São Paulo perdia a chance de vencer jogo reparador da goleada sofrida contra o Flamengo e ruim também para o líder diante da aproximação do Galo e…do Flamengo.

Patrick de Paula e Willian em campo, aos 36', nos lugares de Danilo e Deyverson.

Willian, o Bigode, como se sabe, é terrível.

Hernán Crespo respondeu com Talles e sacou Nestor.

O Palmeiras ainda trocou Veiga por Vitor Luís.

Aí, aos 43', Reinaldo bateu falta na área e Gustavo Gómez cabeceou para o fundo da própria rede: 1 a 0.

Mas o VAR chamou o assoprador de apito que, muito vacilante, acabou por anular o gol porque, de fato, Miranda participou do lance.

Rigoni reclamou da anulação e foi expulso. E faltavam sete minutos…

No mínimo, o São Paulo mostrou ao rival que as quartas da Libertadores não serão mole. E reclamará do VAR por meses.

Além de alimentar a escrita de não perder para o rival há sete jogos e de tê-lo batido na decisão do Paulista.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/