Para pensar na Pia

A simpática e amorosa treinadora sueca Pia Sundhage, da seleção de futebol feminino do Brasil, pediu desculpas por não ter levado o time às semifinais olímpicas.
Nem precisava.
Ser eliminada nos pênaltis, por um time forte como o Canadá, prescinde de perdão.
Pia fala na necessidade de melhorar física e mentalmente as brasileiras.
Campeoníssima como é, sabe do que fala.
A fragilidade mental é tão óbvia como os rostos tensos das duas jogadoras que desperdiçaram suas cobranças, embora já tenhamos visto gênios da bola também perderem pênaltis.
E a questão não é de nacionalidade. As holandesas, por exemplo, perderam ainda mais pênaltis contra as americanas no mesmo mata-mata, um deles o que daria a vitória durante o tempo normal.
A cabeça, já dizia Doutor Sócrates, joga mais que os pés.
E tudo isso não exime Pia de explicar por que mudou tanto a forma da Rainha Marta jogar. Nem a ausência de Cristiane, mesmo que fosse para atuar pouco tempo em momentos de decisão.

Blindar acriticamente a excelente treinadora não é o melhor caminho.
Há quem a chame de Pep Guardiola de saias. Pois eis que o catalão também erra e é criticado.
Interditar o debate joga contra o progresso.
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