Cartolagem brasileira não se emenda
Parece que por mais que haja escândalos no futebol brasileiro a cartolagem nacional não se emenda.
A Justiça demorou para tornar nula uma assembleia eleitoral da CBF, acontecida em 2017, e na semana passada determinou que dois interventores assumissem a entidade.
Ninguém entendeu o que levou o juiz a escolher o presidente do Flamengo e o da Federação Paulista de Futebol como interventores, até porque a Lei Pelé proíbe que presidente de clube presida entidades dirigentes. E o presidente da Federação Paulista foi um dos beneficiados pela assembleia anulada, pois o voto dele que tinha peso dois passou a ter peso três.
Pois bem, enquanto Rodolfo Landim, o cartola rubro-negro, e Reinaldo Carneiro Bastos, o paulista, aguardam os próximos passos, porque a CBF recorreu, ambos veem seus nomes envolvidos em maus feitos.

Landim denunciado pelo Ministério Público Federal por gestão fraudulenta e por ter lesado os fundos de pensão Funcef, Petros e Previ e remetido dinheiro ilegalmente para o exterior, algo em torno de 100 milhões de reais.

Já sobre Bastos os repórteres Gabriela Moreira, Martín Fernandez e Sérgio Rangel, da Globo Esporte, revelaram ontem que ele estava na folha de pagamentos da CBF e recebeu mais de 1 milhão de reais no último ano como consultor da entidade, um evidente e injustificável atropelo ético.
Quem sabe tudo isso mude a estranha decisão judicial.
A CBF precisa de sol, porque de nuvens está muito bem servida há décadas.
Comentário para o Jornal da CBN desta quinta-feira, 29 de julho de 2021.
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