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Blog do Juca Kfouri

Timão ganha mais um ponto na Bahia, mas a média é baixa

Juca Kfouri

20/06/2021 17h52

Com Jô usando chuteiras verdes, algo nunca visto no Corinthians, o time tomou conta da bola durante toda a primeira metade do primeiro tempo, levando a sério a ideia de que quem fica com ela não leva gol.

Fazê-lo é outra história, e os paulistas pouco ameaçavam o Bahia no gramado do Pituaçu, também evidentemente verde, embora tenha havido quem quisesse, no Parque São Jorge, que o de Itaquera fosse cinza…

Talvez Jô estivesse agradecido a Willian, que fez os dois gols da virada do Palmeiras contra o América, pela manhã, que também faz o Brasileirão dos que evitam o rebaixamento.

Seja como for, para quem foi alvo de protestos de cerca de seis mil torcedores na porta do clube, no mínimo, uma novidade fadada a ser mal vista. E as palavras de ordem da manifestação não foram nada amistosas contra os que assaltaram o poder no Corinthians.

O jogo também não agradava, morno na quente Salvador.

O jogo não chegava a ser pornográfico, apenas nem chovia, nem molhava

Pelos 45 minutos iniciais o gol só sairia por acaso, numa bola parada, ou vadia. Mas o Bahia, em casa, decepcionava mais. Aos visitantes, voltar com um ponto seria ótimo negócio.

Ninguém mudou para a etapa final. Os treinadores estavam felizes ou mandaram os 22 de volta como castigo? Vão jogar até aprender?

Verdade que o Bahia voltou mais agressivo o que criou a expectativa de jogo melhor.

Aos 11 minutos, enfim, emoção, na cabeçada de Ramiro para ótima defesa de Matheus Teixeira. O jogo melhorava. Um pouco, mas melhorava.

Ficava claro que os técnicos lembraram seus comandados que o objetivo do jogo é o gol.

E Renan Guedes evitou o gol de Jô, aos 22', ao chegar meio segundo antes dele no pé da trave, em cruzamento certeiro de Ramiro.

Justiça seja feita, o Corinthians já fazia por merecer a vantagem.

De repente, o VAR paralisou o jogo rigorosamente sem motivo algum, uma barbaridade, em busca de pênalti fantasma sobre Vitinho, que havia entrado no lugar de Roni, no Timão.

Aos 30' Gilberto perdeu um gol feito para o Tricolor.

Adson e Cauê, dois garotos alvinegros, entraram nos lugares de Ramiro e Jô, embora a saída de Ramiro só pode ter sido por desgaste.

O Bahia tomou conta no fim do jogo em busca da vitória, sem levar perigo e Araos entrou no lugar de Mateus Vital.

O Bahia também trocou meio time e viu Cássio fazer bela defesa, aos 44', em arremate de Óscar Ruiz, que acabara de entrar no lugar de Gilberto.

O Corinthians ganhava seu quinto ponto em cinco jogos e o Bahia o oitavo.

Time que se limitar a ganhar um ponto por jogo acaba com 38 e…na Série B.

Mas foi ponto precioso, sem dúvida.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/