Na raça, Timão arranca empate do decepcionante Palmeiras
O gol que o Palmeiras buscou durante 100 minutos contra o CRB, e que mereceu fazer pelo menos três vezes, encontrou contra o Corinthians logo aos 3 minutos, com Raphael Veiga, de fora da área, completando contra-ataque puxado por Rony que cruzou da direita para área, João Victor falhou e Wesley fez o pivô para o belíssimo arremate.
Mateus Vital, desarmado por Mayke no bico da área alviverde, perseguiu Rony da intermediária até quase a entrada da área alvinegra, sem nem dar pista de que o alcançaria.
Desenhava-se a goleada ansiada pelos palmeirenses e temida pelos corintianos.
Não que o time de Abel Ferreira revelasse tal ansiedade, tão impotente parecia o de Sylvinho, coitado.
Esforço e domínio havia do lado visitante que, enfim, com Vital, aos 31', exigiu ótima defesa de Jailson.
Na verdade, mesmo com dez, porque o malemolente Luan estava em campo, o Corinthians não merecia a derrota diante da apatia palmeirense, como se traumatizado pela eliminação da Copa do Brasil.
Mas bastava um esforçozinho verde para levar perigo, como com Scarpa, aos 42', na trave de Cássio,
Enfim, o 1 a 0 acabou direito para o que foi o primeiro tempo.
O Corinthians sofria mais uma derrota, digna, sem dúvida, que parece tudo que o time pode almejar na temporada contra os grandes.
E o Palmeiras conseguia uma vitória redentora, mas, de novo, sem jogar o que pode.
Restava saber se o segundo tempo modificaria tal estado de coisas.
E o Palmeiras pareceu voltar com maiores ambições porque não havia motivo para desperdiçar a chance de atropelar mais uma vez o arquirival.
Só Mosquito incomodava a defesa palmeirense, mas um Mosquito só não faz verão.
Na bola parada, Fábio Santos fez Jailson novamente se virar, aos 7', e, dois minutos depois, Mosquito foi à linha de fundo ao receber de Roni e passou para trás para, surpreendentemente, Gabriel empatar: 1 a 1.
Gabriel jogou no Palmeiras, mas é corintiano até o último fio de cabelo.
Era o justo castigo que o preguiçoso time anfitrião merecia.
Imediatamente Willian e Breno Lopes substituíram Luiz Adriano e Wesley.
Era bom o Palmeiras tratar de reagir porque nada que não fosse a vitória serviria para melhorar o clima com a torcida.
Golear já parecia coisa descartada, a menos que houvesse um apagão, e empatar estava se tornando torturante, porque os visitantes jogavam melhor, mesmo sem talento, mas com muito mais vontade.
Era incompreensível apenas que Sylvinho mantivesse o inútil Luan em campo, como se fosse obrigado a mantê-lo em exposição, o que, aliás, só revela que ele não vale o que custou.
Bastou o Palmeiras pressionar um pouco para, aos 30', Willian (difícil entender por que não é titular) fazer o 2 a 1, mas Rony estava impedido.
Ramiro e Araos substituíram Roni e Vital.
O susto provavelmente seria suficiente para o Corinthians se acautelar e buscar a manutenção do empate que, nas atuais circunstâncias, estava de ótimo tamanho.
Ruim estava para o Palmeiras, que, enfim, corria.
E botava Deyverson no Dérbi, aos 40', no lugar de Rony, além de Marcos Rocha, no de Mayke.
Xavier entrou para fechar no lugar de Cantillo e Léo Natel substituiu Mosquito.
Jailson acabou trabalhando mais que Cássio.
O Timão ganhava um ponto. Faltam 42 para se livrar da queda.
O Palmeiras perdia dois. Assim, não disputará o título.
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