Tuna Luso quebra a banca no Parazã
POR ANTONIO CARLOS SALLES*

Faz 13 anos que a Tuna Luso, que já foi Comercial e fixou o Brasileira no nome, não chegava à disputa das finais do campeonato paraense.
Mas a estiagem, tudo indica, começou a acabar no domingo (16) pela manhã, já que à tarde a previsão era de chuva amazônica.
A Tuna massacrou o Paysandu (4×2) com facilidade no jogo de ida. O clube não ganha o titulo estadual desde 1988 e busca 11o de sua história de 118 anos.

Fundada em 1903, a Tuna é parte significativa da trajetória futebolística luso-brasileira, onde se junta a times como Vasco da Gama, Portuguesa, Portuguesa Santista, Portuguesa (carioca) e Portuguesa (Crato, Ceará), entre outros.
Mas, por ironia do organizado futebol gerenciado pela CBF, ganhando ou não o título paraense, a Tuna entrará em férias por 7 meses, quando então disputará a Série D e a Copa do Brasil no próximo ano.
Pelo lado bicolor, a temperatura é alta e o calor úmido, como na região.
Desde que trocou o experimentado Hélio dos Anjos por um dirigente palpiteiro, o Paysandu acumula longa sequência de fiascos.
Viu o arquirrival Clube do Remo ascender à Série B e o time bicolor empedrou na C. O bicampeonato está em risco.
Mas se o problema do Paysandu fosse apenas técnico, bastaria ao clube contratar Pep Guardiola, diz a piadinha das redes sociais.
A Tuna nada tem a ver com isto. O time é jovem, veloz e ácido nos contra-ataques, que deram origem a 3 dos 4 gols na goleada de domingo.

Com a espetacular vitória, a Tuna quebrou a banca da mesmice, a mesma que perdura por quase cem anos e se aproxima dos 800 jogos entre Remo e Paysandu, um dos clássicos mais jogados do futebol mundial.
E tomara que essa alternância se repita nos próximos anos.A competitividade é prima-irmã da disrupção e pode trazer mais brilho ao campeonato onde reina a calmaria hegemônica de bicolores e azulinos.
*Antonio Carlos Salles é jornalista.
Sobre o Autor
Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/