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Blog do Juca Kfouri

Seis vezes tri Flamengo graças a Gabigol!

Juca Kfouri

22/05/2021 22h58

O Flamengo mandava no Fla-Flu, pintava e bordava, criava chances e não corria risco, algum, a ponto de o goleiro rubro-negro Gabriel Batista não aparecer nem para bater tiro de meta.

Então, quando o primeiro tempo parecia fadado ao 0 a 0 Gabigol enfiou bola preciosa para Arrascaeta ser derrubado por Marcos Felipe e Gabigol fazer 1 a 0, em mais uma cobrança perfeita de pênalti, aos 44'.

Três minutos depois, ao receber de Filipe Luís, Gabigol bateu cruzado para ampliar: 2 a 0!

A possibilidade da reação tricolor era inversamente proporcional a de tomar uma goleada.

Caio Paulista e Gabriel Teixeira voltaram para o segundo tempo nos lugares de Kayky e Luis Henrique porque o Flu não incomodava neca de pitibiras.

Faltavam 45 minutos para o Flamengo comemorar seu sexto tricampeonato estadual, porta aberta para o primeiro tetra no profissionalismo da história carioca no ano que vem.

O Botafogo foi tetra em 1932/33/34 e 35, os dois primeiros títulos no amadorismo, e o Fluminense reivindica também ter sido ainda antes, em 1906, 1907 (dividido com o Botafogo), 1908 e 1909.

Mas, aos 3 minutos, Rodrigo Caio cometeu pênalti em Caio Paulista e, dois minutos depois, Fred diminuiu: 2 a 1.

Tinha jogo, embora a cobrança do pênalti tricolor tivesse sido o primeiro chute no gol rubro-negro.

Fla-Flu é Fla-Flu e o melhor é não desrespeitar a tradição.

Tinha jogo sim, o Flu havia perdido a timidez, mas aos 8 e 16 minutos, Marcos Felipe precisou se virar para evitar gols de Arrascaeta e de Filipe Luís, com ótimas defesas.

Enfim havia dois times em campo no Maracanã e, por incrível que pareça, em 2021, a velha cafajestagem de gandulas clubistas reaparecia nas cores vermelha e preta.

A cara da direção rubro-negra, a face da FERJ.

Cazares no lugar de Nenê, aos 23', porque Roger Machado queria mais dinamismo.

A cada escanteio para o Flu, a torcida do Fla sofria com o medo da bola aérea que tem sacrificado tanto a defesa de Rogério Ceni.

Aos 30 minutos, o time tricolor recebia o sexto cartão amarelo, contra apenas um do Flamengo.

Pedro e Vitinho, aos 35', nos lugares de Gabigol e Arrascaeta.

Bobadilla e Abel Hernández nos de Fred e Yago Felipe.

O Flu pressionava e era perigoso.

Tanto o empate quanto o 3 a 1 não surpreenderiam quando, aos 40', Joao Gomes e Matheuzinho entraram nos lugares de Gerson e Isla.

E na primeira bola tocada por João Gomes, em rebote de chute de Pedro dado por Marcos Felipe, aos 43', o Flamengo fez o terceiro gol, o que garantia o sexto tri.

É talento demais de um lado contra muito esforço do outro.

Para participar da festa, Hugo Moura substituiu Diego, aos 43'.

O Flamengo levanta mais uma taça só para não perder o hábito.

Rogério Ceni sorria à beira do gramado.

A Nação apenas repetia o velho "eu já sabia".

Quem não já sabia? — pergunta o modesto blogueiro

37 vezes Flamengo!

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/