Seis vezes tri Flamengo graças a Gabigol!
O Flamengo mandava no Fla-Flu, pintava e bordava, criava chances e não corria risco, algum, a ponto de o goleiro rubro-negro Gabriel Batista não aparecer nem para bater tiro de meta.
Então, quando o primeiro tempo parecia fadado ao 0 a 0 Gabigol enfiou bola preciosa para Arrascaeta ser derrubado por Marcos Felipe e Gabigol fazer 1 a 0, em mais uma cobrança perfeita de pênalti, aos 44'.
Três minutos depois, ao receber de Filipe Luís, Gabigol bateu cruzado para ampliar: 2 a 0!
A possibilidade da reação tricolor era inversamente proporcional a de tomar uma goleada.
Caio Paulista e Gabriel Teixeira voltaram para o segundo tempo nos lugares de Kayky e Luis Henrique porque o Flu não incomodava neca de pitibiras.
Faltavam 45 minutos para o Flamengo comemorar seu sexto tricampeonato estadual, porta aberta para o primeiro tetra no profissionalismo da história carioca no ano que vem.
O Botafogo foi tetra em 1932/33/34 e 35, os dois primeiros títulos no amadorismo, e o Fluminense reivindica também ter sido ainda antes, em 1906, 1907 (dividido com o Botafogo), 1908 e 1909.
Mas, aos 3 minutos, Rodrigo Caio cometeu pênalti em Caio Paulista e, dois minutos depois, Fred diminuiu: 2 a 1.
Tinha jogo, embora a cobrança do pênalti tricolor tivesse sido o primeiro chute no gol rubro-negro.
Fla-Flu é Fla-Flu e o melhor é não desrespeitar a tradição.
Tinha jogo sim, o Flu havia perdido a timidez, mas aos 8 e 16 minutos, Marcos Felipe precisou se virar para evitar gols de Arrascaeta e de Filipe Luís, com ótimas defesas.
Enfim havia dois times em campo no Maracanã e, por incrível que pareça, em 2021, a velha cafajestagem de gandulas clubistas reaparecia nas cores vermelha e preta.
A cara da direção rubro-negra, a face da FERJ.
Cazares no lugar de Nenê, aos 23', porque Roger Machado queria mais dinamismo.
A cada escanteio para o Flu, a torcida do Fla sofria com o medo da bola aérea que tem sacrificado tanto a defesa de Rogério Ceni.
Aos 30 minutos, o time tricolor recebia o sexto cartão amarelo, contra apenas um do Flamengo.
Pedro e Vitinho, aos 35', nos lugares de Gabigol e Arrascaeta.
Bobadilla e Abel Hernández nos de Fred e Yago Felipe.
O Flu pressionava e era perigoso.
Tanto o empate quanto o 3 a 1 não surpreenderiam quando, aos 40', Joao Gomes e Matheuzinho entraram nos lugares de Gerson e Isla.
E na primeira bola tocada por João Gomes, em rebote de chute de Pedro dado por Marcos Felipe, aos 43', o Flamengo fez o terceiro gol, o que garantia o sexto tri.
É talento demais de um lado contra muito esforço do outro.
Para participar da festa, Hugo Moura substituiu Diego, aos 43'.
O Flamengo levanta mais uma taça só para não perder o hábito.
Rogério Ceni sorria à beira do gramado.
A Nação apenas repetia o velho "eu já sabia".
Quem não já sabia? — pergunta o modesto blogueiro
37 vezes Flamengo!
Sobre o Autor
Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/