Pedro bota mais uma pedra na freguesia palmeirense
Flamengo e Palmeiras pisaram no gramado do Maracanã no papel dos dois maiores favoritos ao título do Brasileirão.
De cara, na primeira rodada, jogo de seis pontos, idealmente para ser o último de cada turno, mas posto já para o campeonato começar com temperatura máxima.
Ganhar ou perder não significaria mais que isso, embora viesse a servir ao Flamengo para afirmar sua hegemonia em busca do tricampeonato.
E para o Palmeiras um modo de calar os críticos mais exigentes de futebol com a qualidade que o time pode apresentar.
Sem Gabigol, vitima de virose, mas com Pedro, os cariocas vinham de modorrento 0 a 0 com o Velez Sarsfield. Já o Palmeiras goleara o Universitário por 6 a 0.
Em 11 minutos, incríveis nove faltas e uma chance de gol, com Pedro, bem evitada por Weverton, com o pé.
Tudo como desenhado, o Mengão com a bola e o Verdão à espera de contra-tacar.
E assim foi, aos 17', quando Rony, lançado pela direita por Raphael Veiga, deu na medida para Luiz Adriano fazer o gol, evitado, também com o pé, à queima-roupa, por Diego Alves, em defesa inacreditável.
Ninguém era melhor que ninguém, nem pior, na metade do primeiro tempo.
Chovia, para amenizar a bronca de Rogério Ceni que pediu, sem ser atendido, que molhassem o gramado antes do começo do clássico.
Fosse boxe, e o primeiro tempo tomado como round, a luta seria descrita como menos boa que o esperado — e terminaria com pequena vantagem por pontos dos paulistas, que tiveram outra oportunidade com Luiz Adriano, embora tenham permitido uma para Pedro, nos acréscimos.
Haveria nocaute na metade final?
Quase, com Bruno Henrique, ainda antes do primeiro minuto, ao desperdiçar e jogar por cima uma bola imperdível.
O Rubro-Negro estava mais agressivo, acionava Bruno Henrique com frequência e Abel Ferreira trocou Felipe Melo, que já dava de cansaço, por Danilo, aos 9'.
Weverton se virava e trabalhava bastante.
Scarpa, Wesley e Zé Rafael, aos 15', para saída de Patrick de Paula, Raphael Veiga e Luiz Adriano.
Três minutos depois o assoprador de apito inventou uma falta de Pedro, na entrada da área, para não marcar uma, dentro, em Bruno Henrique. Ridículo!
O jogo se arrastava em ritmo surpreendentemente lento, com o Flamengo melhor.
Aos 24' foi a vez de Weverton fazer milagre, em peixinho de Rodrigo Caio, e o Flamengo, fosse por pontos, já estaria na frente, além de preparar o nocaute.
Que veio na arrancada infernal de Bruno Henrique ao deixar dois rivais para trás e passar a Pedro para o artilheiro, desaparecido, aparecer na hora que importava, aos 30': 1 a 0.
Oitavo jogo invicto do Flamengo contra o Palmeiras, quarta vitória, se mantido o placar, uma freguesia incômoda.
Vitinho entrou no lugar de Everton Ribeiro.
A quinta e última mexida alviverde foi a entrada de Victor Luis no lugar de Viña.
Acomodado que estava com o empate, o Palmeiras foi à luta.
Hugo Moura, aos 41', com Michael, nos lugares de Diego e Arrascaeta.
De cara, Michael foi fominha e deixou de dar o segundo gol para Bruno Henrique, ele que havia sido tão bom garçom no Carioquinha.
Se o Palmeiras empatasse o goiano iria ouvir poucas e boas. Se não, só poucas.
Pedro saiu aos 46' e Rodrigo Muniz o substituiu.
O Palmeiras, derrotado, conseguia chegar à área adversária.
Por que não fez isso durante todo o jogo? Pergunte ao treinador.
O Flamengo não tem nada com isso e ganhou novamente.
Sobre o Autor
Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/