Neymar colhe mais uma frustração em noite de Mahrez

Não era o cenário desejável em Manchester para definir o primeiro finalista da Champions entre o City e o PSG.
O gramado estava coalhado de gelo e Mbappé estava no banco, machucado.

Nem por isso o jogo começou frio, ao contrário.
Os franceses foram para cima para descontar o 1 a 2 sofrido em Paris e até um pênalti conseguiram, felizmente cancelado pelo VAR, porque mal apitado, em bola no ombro de Zinchenko.
Aí, aos 10 minutos, Ederson lançou exatamente Zinchenko, depois de trocar bola com a zaga. Lançou mesmo, não fez ligação direta.

O lateral desceu e cruzou para trás para De Bruyne que chutou e viu Florenzi bloquear. A bola sobrou para Mahrez fazer 1 a 0.


Quem jogava no contra-ataque era o City, quem tinha mais a bola era o PSG, tudo ao contrário do normal.
Normal só a cabeçada de Marquinhos, no travessão, aos 16'.
Anormal o gol perdido por Di Maria sem goleiro, em bola recuperada por ele mesmo de Bernardo, um pouco depois, duas chances desperdiçadas para empatar.
Dos 30' em diante as coisas se equilibraram, o gramado ficou limpo, o jogo era disputado palmo a palmo e Mbappé fazia uma falta danada para dividir as preocupações inglesas concentradas em Neymar, que pouco fazia, por mais que buscasse.

Na batata, quem criou mais foi o PSG, mas quem vencia era o time do agasalhado catalão Pep Guardiola.
O intervalo marcava a presença do City no dia 29 em Istambul, ou para enfrentar o 13 vezes campeão Real Madrid, ou o uma vez campeão Chelsea, numa final inglesa.

Neymar provavelmente rezava para o parceiro Mbappé ir para o segundo tempo. Mas, poderia ou estava no banco só como arma psicológica para incomodar o City.
Havia um gramado quase impecável para o segundo tempo.
Chovia no céu de Manchester, para variar, e havia uma trocação incessante no chão.
Nem De Bruyne, nem Di Maria, jogavam o que deles se esperava.
Quando o jogo chegou aos 60 minutos, o PSG tinha enorme dificuldade em passar do meio de campo, porque o City marcava com cinco a saída de bola à francesa.
Icardi e Herrera fora, Draxler e Kean dentro, mas era tarde.
Porque, aos 63', De Bruyne achou Foden na esquerda, recebeu de volta, acionou outra vez o menino que deu para Mahrez apenas cutucar para ampliar: 2 a 0.

The end, c'est fini!
O argelino Mahrez, nascido na França, frequentará os pesadelos parisienses por muito tempo, autor do gol da virada em Paris e mais dois em Manchester.
Então, Di Maria achou de dar um pisão sem noção em Fernandinho e foi expulso. O PSG perdia o jogo e a cabeça.
Virou jogo de um time só e Foden carimbou a trave de Navas, aos 77'.
Guardiola vai atrás do seu tetracampeonato pessoal na Champions, o tri como treinador, a primeira Orelhuda fora do Barcelona.
Fundado em 1880, o City disputará sua primeira final da Liga dos Campeões da Europa, disputada desde 1956.
Neymar disse que morreria em campo para ir a Istambul.
Felizmente sobreviveu, embora não vá e tenha que conviver com mais uma frustração.
E fica a dúvida: teria o PSG eliminado o Bayern Munique com Lewandowski? E se Mpabbé tivesse jogado hoje? Jamais saberemos.
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Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/