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Blog do Juca Kfouri

Maestro Benítez comanda a orquestra tricolor

Juca Kfouri

14/05/2021 23h20

O São Paulo pisou no gramado com o que tinha de melhor e vestido para matar.

Com menos de um minuto Pablo exigiu grande defesa do goleiro Saulo e seguiu martelando ao obrigar a Ferroviária a se encolher na proteção de sua área.

Escanteios seguidos cobrados fechados infernizaram a vida de Saulo.

Sara, aos 17', cabeceou pelo 1 a 0 e Saulo evitou.

Sete minutos depois foi a vez de Benítez experimentar de fora da área e Saulo não negar fogo.

São Saulo segurava o São Paulo.

A superioridade tricolor era tamanha que dava até medo de uma bola vadia.

Que aconteceu aos 25', quando Léo saiu jogando errado e Mezenga, o artilheiro do Paulistinha com oito gols, teve a chance de abrir o placar e perdeu.

A Ferroviária até se animou e foi à frente. Pois não deveria.

Aos 28', o Tricolor desceu com Benítez e em esperta triangulação pela direita a bola chegou de Igor Vinicius a Sara para dar um toque na saída de Saulo e fazer o gol que o time havia tempo fazia por merecer.

Aberta a porteira, nova descida, cinco minutos depois, também puxada por Benitez, desta vez acabou nos pés de Liziero, outra vez com passe de Igor Vinicius, para dividir com Saulo e ampliar.

Daniel Alves não fazia falta como garçom.

Já era hora de descansar e pensar na maratona?

Nada!

Com instinto assassino na ponta das chuteiras, o São Paulo queria mais.

Mas o futebol é esporte caprichoso.

Miranda fez falta na entrada da área e o veterano Cajá bateu com maestria para diminuir: 2 a 1, aos 42'.

A Locomotiva de Araraquara ainda podia sonhar com o empate.

Podia até o sexto minuto do segundo tempo.

Se no primeiro, por duas vezes, Benítez serviu Igor Vinicius para ele cruzar rasteiro nos dois gols tricolores, agora o argentino enfiou bola preciosa para o lateral marcar o terceiro tento: 3 a 1. Que passe!

Definitivamente, Daniel Alves não fazia falta na noite de sexta-feira no Morumbi.

E Benítez assumia a batuta como maestro da orquestra são-paulina, para alegria do conterrâneo Hernán Crespo.

Foi dele também o passe para Pablo completar a tabelinha do 4 a 1, aos 19'.

Ao participar pela quarta vez dos quatro gols, Benítez deu boa noite e foi descansar.

Viu do banco o segundo gol araraquarense, aos 37', de Mezenga, revelado pelo Flamengo: 4 a 2.

O São Paulo terá o fraco Mirassol na semifinal, com quem empatou 1 a 1 só com reservas na última rodada da fase de grupos, e graças ao goleiro Muralha que fechou o gol, para depois pensar, se tudo correr normalmente, no Palmeiras, em finais sensacionais.

Benítez que se prepare para ser marcado como Claudinho , do Bragantino, foi na vitória palmeirense no começo da noite.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/