Maestro Benítez comanda a orquestra tricolor

O São Paulo pisou no gramado com o que tinha de melhor e vestido para matar.
Com menos de um minuto Pablo exigiu grande defesa do goleiro Saulo e seguiu martelando ao obrigar a Ferroviária a se encolher na proteção de sua área.
Escanteios seguidos cobrados fechados infernizaram a vida de Saulo.
Sara, aos 17', cabeceou pelo 1 a 0 e Saulo evitou.
Sete minutos depois foi a vez de Benítez experimentar de fora da área e Saulo não negar fogo.
São Saulo segurava o São Paulo.
A superioridade tricolor era tamanha que dava até medo de uma bola vadia.
Que aconteceu aos 25', quando Léo saiu jogando errado e Mezenga, o artilheiro do Paulistinha com oito gols, teve a chance de abrir o placar e perdeu.
A Ferroviária até se animou e foi à frente. Pois não deveria.
Aos 28', o Tricolor desceu com Benítez e em esperta triangulação pela direita a bola chegou de Igor Vinicius a Sara para dar um toque na saída de Saulo e fazer o gol que o time havia tempo fazia por merecer.

Aberta a porteira, nova descida, cinco minutos depois, também puxada por Benitez, desta vez acabou nos pés de Liziero, outra vez com passe de Igor Vinicius, para dividir com Saulo e ampliar.

Daniel Alves não fazia falta como garçom.
Já era hora de descansar e pensar na maratona?
Nada!
Com instinto assassino na ponta das chuteiras, o São Paulo queria mais.
Mas o futebol é esporte caprichoso.
Miranda fez falta na entrada da área e o veterano Cajá bateu com maestria para diminuir: 2 a 1, aos 42'.
A Locomotiva de Araraquara ainda podia sonhar com o empate.
Podia até o sexto minuto do segundo tempo.
Se no primeiro, por duas vezes, Benítez serviu Igor Vinicius para ele cruzar rasteiro nos dois gols tricolores, agora o argentino enfiou bola preciosa para o lateral marcar o terceiro tento: 3 a 1. Que passe!
Definitivamente, Daniel Alves não fazia falta na noite de sexta-feira no Morumbi.

E Benítez assumia a batuta como maestro da orquestra são-paulina, para alegria do conterrâneo Hernán Crespo.
Foi dele também o passe para Pablo completar a tabelinha do 4 a 1, aos 19'.

Ao participar pela quarta vez dos quatro gols, Benítez deu boa noite e foi descansar.
Viu do banco o segundo gol araraquarense, aos 37', de Mezenga, revelado pelo Flamengo: 4 a 2.
O São Paulo terá o fraco Mirassol na semifinal, com quem empatou 1 a 1 só com reservas na última rodada da fase de grupos, e graças ao goleiro Muralha que fechou o gol, para depois pensar, se tudo correr normalmente, no Palmeiras, em finais sensacionais.
Benítez que se prepare para ser marcado como Claudinho , do Bragantino, foi na vitória palmeirense no começo da noite.
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