Galo vence a estupidez dos colonizadores da Conmebol

O governo neoliberal da Colômbia quer enfiar goela abaixo do povo uma reforma tributária inaceitável para a maioria da castigada população que há semanas protesta pelo país afora.
O jogo do Atlético Mineiro contra o América, de Cali, teve de ser transferido para Barranquilla onde, no entanto, também os protestos acontecem.
Daí o jogo ter começado sob efeito de gás lacrimogênio, a ponto de atingir os jogadores, e som de bombas fora do estádio.
Um absurdo a insistência da Conmebol, como se fizesse algum sentido jogar futebol em meio a clima tão beligerante.
O jogo começou com atraso por isso tudo e logo aos dez minutos teve de ser paralisado para que os jogadores pudessem minimizar os efeitos do gás que o vento trazia para o gramado. Quanta estupidez!

Nem por isso o primeiro tempo começou ruim, muito ao contrário.
E com o Galo melhor, Hulk, de cabeça, para seguir calando os críticos, fez 1 a 0 de cabeça, aos 21 minutos. Mas uma bobeada da defesa mineira permitiu que Santiago Moreno empatasse três minutos depois: 1 a 1.

Aos 27', nova interrupção, porque era impossível suportar o efeito do gás. Francamente, senhores cartolas da Conmebol!
Onze minutos depois, outra parada. Restava saber em que momento o jogo seria interrompido definitivamente.
E todos os jogadores foram para os vestiários.
O desafio dos cartolas da Conmebol ao povo colombiano estava sendo vencido de goleada pelos manifestantes. Cretinos!
Mas, por incrível, o despersonalizado assoprador de apito deu sequência ao primeiro tempo, depois de oito minutos.
Bravos, os jogadores atleticanos seguiram melhores, em busca do segundo gol, duas vezes evitado pelo goleiro venezuelano Joel Graterol.

Aos 56', com o gol à disposição, Hulk bateu estranhamente fraco. E despencou no gramado! Sem fôlego, era óbvio.
E o jogo parou pela quarta vez..

Marcado para às 21 horas, às 22h03 a bola seguia em movimento pelo primeiro tempo, quando o América ficou tocando a bola sob os olhos dos atleticanos, até que o primeiro tempo terminasse.
ASESINOS!
Acredite, os times voltaram para o segundo tempo, depois de meia hora de intervalo.

Logo de cara, quase Keno fez 2 a 1. Em seguida, foi a vez de Hulk.
Até que Arana, aos 54', fez o 2 a 1, em belo gol do bico da área.
Doze minutos depois, tudo parado mais uma vez.
ASESINOS! COBARDES!
Aos 77', um susto, num raro ataque colombiano, bola na trave brasileira.
Cuca tratou de botar Tardelli, Dodô e Vargas para refrescar o time — e garantir a classificação para as oitavas de final da Libertadores em noite de submissão absurda, típica de colonizadores, sejam espanhóis, sejam portugueses.
Saíram Savarino, Keno e Nacho Fernandez, com grande atuação.
Rever e Allan também foram para o jogo no fim para ajudar a segurar a pressão — e a importante vitória atleticana numa noite das mais vergonhosas da história do futebol.
Fechada com lindo gol de Vargas que cavou no goleiro e completou de cabeça ao receber de Tardelli em contra-ataque perfeito: 3 a 1.
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Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/