Fla não mata e quase morre nos pés do Flu

Um dia o Flamengo vai perder tantos gols que perderá jogo importante por 1 a 0.
No primeiro Fla-Flu do Carioquinha, que não era importante a ponto do Flamengo ter jogado com reservas, foi exatamente o que aconteceu.
Hoje ainda não foi, ao contrário, e no primeiro tempo o Mengo ganhou por 1 a 0.
Mas teve de ser de pênalti, cometido por Egídio e batido por Gabigol, aos 17 minutos, depois de lance com dois erros seguidos do lateral tricolor.

Então, o Rubro-Negro já havia perdido duas chances claras para abrir o placar e para depois perder outras tantas e, ao menos, dobrar o marcador.
Já o Fluminense, irreconhecível, dominado, nervoso, teve uma oportunidade nos pés do menino Kayky.
Até Fred perdeu a cabeça ao fazer falta desclassificante em Gerson, que ficou barata ao se limitar à punição com cartão amarelo.
A diferença do Flamengo para o Fluminense parecia a entre uma equipe adulta e outra juvenil — os netos de Mario Filho contra o bisnetos de Nelson Rodrigues.
Apenas o placar do Maracanã não mostrava isso, o que deve ser motivo de preocupação para a gente rubro-negra.
Rogério Ceni precisaria pedir mais concentração na hora de finalizar e a Roger Machado restou trocar Nenê por Cazares no intervalo.

O segundo tempo começou com Marcos Felipe fazendo milagre em cabeçada de Arrascaeta, mas com o Flu mais agressivo e quase motivando um frangaço de Gabriel Batista.
E o Fla seguiu chegando facilmente na área tricolor, mas desperdiçando gols.
Isla e Diego deram lugar a Matheusinho e João Gomes, aos 17'.
Abel Fernández, Caio Paulista e Luiz Henrique entraram em seguida, nos lugares de Kayky, Fred e Gabriel Teixeira, além de Pedro e Vitinho nos lugares de Bruno Henrique e Everton Ribeiro.
A diferença nos bancos também é abissal.
Mas, no placar, ó, desse tamaninho, mínima.
O time da Gávea tinha mais de 60% de posse de bola, num jogo com oito cartões amarelos aos 26' do segundo tempo, 5 a 3 para as Laranjeiras.
Estava longe de ser espetáculo digno de Fla-Flu decisivo, com 32 faltas, 18 do Mengo contra 14.
E, aos 32', Hernández ganhou de Arão pelo alto para empatar 1 a 1, ao receber passe também de cabeça de Luiz Henrique, em cruzamento de Egídio.

No minuto seguinte, Luiz Henrique perdeu o gol da virada de maneira inacreditável, em bobeada infantil de Arão.
Definitivamente, Willian Arão não é zagueiro, já é hora de Ceni se convencer.
Como Machado sabe que sem Fred seu ataque tem outra dinâmica, mas aí a decisão é mais delicada, por tudo que o artilheiro significa na história do Flu.
Rodrigo Caio perdeu a cabeça e levou o amarelo por falta em Cazares que também merecia expulsão, como a de Fred em Gerson.
Mais uma vez o Flamengo amarga um empate quando teve tudo para vencer até certa altura do jogo que quase perdeu no fim, quando o Fluminense foi melhor.
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