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Blog do Juca Kfouri

Fla não mata e quase morre nos pés do Flu

Juca Kfouri

15/05/2021 22h56

Um dia o Flamengo vai perder tantos gols que perderá jogo importante por 1 a 0.

No primeiro Fla-Flu do Carioquinha, que não era importante a ponto do Flamengo ter jogado com reservas, foi exatamente o que aconteceu.

Hoje ainda não foi, ao contrário, e no primeiro tempo o Mengo ganhou por 1 a 0.

Mas teve de ser de pênalti, cometido por Egídio e batido por Gabigol, aos 17 minutos, depois de lance com dois erros seguidos do lateral tricolor.

Então, o Rubro-Negro já havia perdido duas chances claras para abrir o placar e para depois perder outras tantas e, ao menos, dobrar o marcador.

Já o Fluminense, irreconhecível, dominado, nervoso, teve uma oportunidade nos pés do menino Kayky.

Até Fred perdeu a cabeça ao fazer falta desclassificante em Gerson, que ficou barata ao se limitar à punição com cartão amarelo.

A diferença do Flamengo para o Fluminense parecia a entre uma equipe adulta e outra juvenil — os netos de Mario Filho contra o bisnetos de Nelson Rodrigues.

Apenas o placar do Maracanã não mostrava isso, o que deve ser motivo de preocupação para a gente rubro-negra.

Rogério Ceni precisaria pedir mais concentração na hora de finalizar e a Roger Machado restou trocar Nenê por Cazares no intervalo.

O segundo tempo começou com Marcos Felipe fazendo milagre em cabeçada de Arrascaeta, mas com o Flu mais agressivo e quase motivando um frangaço de Gabriel Batista.

E o Fla seguiu chegando facilmente na área tricolor, mas desperdiçando gols.

Isla e Diego deram lugar a Matheusinho e João Gomes, aos 17'.

Abel Fernández, Caio Paulista e Luiz Henrique entraram em seguida, nos lugares de Kayky, Fred e Gabriel Teixeira, além de Pedro e Vitinho nos lugares de Bruno Henrique e Everton Ribeiro.

A diferença nos bancos também é abissal.

Mas, no placar, ó, desse tamaninho, mínima.

O time da Gávea tinha mais de 60% de posse de bola, num jogo com oito cartões amarelos aos 26' do segundo tempo, 5 a 3 para as Laranjeiras.

Estava longe de ser espetáculo digno de Fla-Flu decisivo, com 32 faltas, 18 do Mengo contra 14.

E, aos 32', Hernández ganhou de Arão pelo alto para empatar 1 a 1, ao receber passe também de cabeça de Luiz Henrique, em cruzamento de Egídio.

No minuto seguinte, Luiz Henrique perdeu o gol da virada de maneira inacreditável, em bobeada infantil de Arão.

Definitivamente, Willian Arão não é zagueiro, já é hora de Ceni se convencer.

Como Machado sabe que sem Fred seu ataque tem outra dinâmica, mas aí a decisão é mais delicada, por tudo que o artilheiro significa na história do Flu.

Rodrigo Caio perdeu a cabeça e levou o amarelo por falta em Cazares que também merecia expulsão, como a de Fred em Gerson.

Mais uma vez o Flamengo amarga um empate quando teve tudo para vencer até certa altura do jogo que quase perdeu no fim, quando o Fluminense foi melhor.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/