Alisson bota o mundo da bola para chorar

O futebol tem momentos eternos.
Neste domingo vivemos um.
O Liverpool praticamente perdia a chance de disputar a Champions, porque empatava 1 a 1 com o West Bromwich, já rebaixado, na casa do rival.
Os Reds fizeram de tudo e mais um pouco para conseguir o segundo gol, o da virada que manteria acesa a esperança de jogar a Liga dos Campeões.
Tudo e mais um pouco até que, aos 95 minutos, deu-se um escanteio pela esquerda e o goleiro Alisson Becker foi para a área.
Tudo e mais um pouco e o impossível e o eterno e o inesquecível aconteceram: como se fosse Bil Shankly, o ídolo dos Vermelhos que um dia disse não ser o futebol questão de vida ou de morte, mas muito mais que isso, Alisson subiu de cabeça e fez o gol da vitória, 2 a1.

Fez o gol que mantém o Liverpool vivo, olhou para o céu e lembrou do pai, tragicamente morto menos de três meses atrás.
Abraçado por todos os companheiros como se tivesse ganhado a Copa do Mundo, Alisson chorou.

Aliás, até o narrador chorou.
Aliás, como não chorar?
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Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/