Santos vai mais ou menos bem e Marinho vai muito mal

Nos anos 1960 muitos dos jogos eram disputados abertamente, com mais preocupações ofensivas que defensivas.
Talvez pelo fato de o Santos entrar no gramado do Mané Garrincha vencendo o San Lorenzo por 3 a 1, brasileiros e argentinos trataram de disputar um jogo franco e os santistas saíram na frente com um golaço de Marcos Leonardo, na metade do primeiro tempo.

Gol que na década dos 60 seria considerado espírita, porque praticamente sem ângulo, mas com tal violência que não deixou dúvidas ter sido de propósito.
O time do Papa também criou pelo menos três chances, duas delas, no mesmo lance, evitadas pelo goleiro João Paulo.

Perdido por um no jogo, por 4 a 1 no placar agregado, os portenhos voltaram para disputar o segundo tempo como se a honra deles estivesse em jogo. Queriam se despedir da Libertadores com dignidade e quase empataram logo no primeiro minuto.
Todos na frente, deram espaço e Marinho arrancou para fazer 2 a 0 quando foi abalroado na entrada da área, o que valeu a expulsão do atropelador.
Virou ataque contra defesa e em contra-ataque, Soteldo deu com alfajores para Pará parar na rede Argentina: 2 a 0.
Ora, perdido por 2, perdido por 20 e lá foi o San Lorenzo diminuir em seguida, em cobrança de escanteio Di Santo cabeceou para diminuir: 2 a 1.
Ao ser substituído Marinho negou o cumprimento ao técnico Ariel Holan e foi diretamente para o vestiário, depois de chutar copo d'água e dar um piti simplesmente ridículo.
Menos mal que logo voltou para o banco como se tivesse refletido e caído em si.

Para variar, o ex-corintiano Ángel Romero surpreendeu João Paulo e empatou aos 78', quando o Santos já dava os trâmites por findos: 2 a 2.

Quatro minutos depois João Paulo se redimiu com um milagre para evitar a virada, em cabeçada do irmão gêmeo de Romero, o Óscar.
Com dez, o experiente time de Almagro cobrava o preço da juventude praiana, que ainda teve pênalti claro nos acréscimos não marcado pelo assoprador de apito.
O Santos já estreará na terça-feira que vem, em casa, na fase de grupos, contra o Barcelona de Guayaquil que, em 2017, o eliminou nas quartas de final do torneio continental.
Grupo duro, com o papão Boca Juniors e o Strongest, forte na altitude desumana de La Paz.
E deve ter aprendido hoje que não tem moleza na Libertadores e que não pode desperdiçar tantos contra-ataques como aconteceu hoje.
Quando tudo parece resolvido, não está. Se não fosse por João Paulo…
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