Topo

Blog do Juca Kfouri

Santos vai mais ou menos bem e Marinho vai muito mal

Juca Kfouri

13/04/2021 23h24

Nos anos 1960 muitos dos jogos eram disputados abertamente, com mais preocupações ofensivas que defensivas.

Talvez pelo fato de o Santos entrar no gramado do Mané Garrincha vencendo o San Lorenzo por 3 a 1, brasileiros e argentinos trataram de disputar um jogo franco e os santistas saíram na frente com um golaço de Marcos Leonardo, na metade do primeiro tempo.

Gol que na década dos 60 seria considerado espírita, porque praticamente sem ângulo, mas com tal violência que não deixou dúvidas ter sido de propósito.

O time do Papa também criou pelo menos três chances, duas delas, no mesmo lance, evitadas pelo goleiro João Paulo.

Perdido por um no jogo, por 4 a 1 no placar agregado, os portenhos voltaram para disputar o segundo tempo como se a honra deles estivesse em jogo. Queriam se despedir da Libertadores com dignidade e quase empataram logo no primeiro minuto.

Todos na frente, deram espaço e Marinho arrancou para fazer 2 a 0 quando foi abalroado na entrada da área, o que valeu a expulsão do atropelador.

Virou ataque contra defesa e em contra-ataque, Soteldo deu com alfajores para Pará parar na rede Argentina: 2 a 0.

Ora, perdido por 2, perdido por 20 e lá foi o San Lorenzo diminuir em seguida, em cobrança de escanteio Di Santo cabeceou para diminuir: 2 a 1.

Ao ser substituído Marinho negou o cumprimento ao técnico Ariel Holan e foi diretamente para o vestiário, depois de chutar copo d'água e dar um piti simplesmente ridículo.

Menos mal que logo voltou para o banco como se tivesse refletido e caído em si.

Para variar, o ex-corintiano Ángel Romero surpreendeu João Paulo e empatou aos 78', quando o Santos já dava os trâmites por findos: 2 a 2.

Quatro minutos depois João Paulo se redimiu com um milagre para evitar a virada, em cabeçada do irmão gêmeo de Romero, o Óscar.

Com dez, o experiente time de Almagro cobrava o preço da juventude praiana, que ainda teve pênalti claro nos acréscimos não marcado pelo assoprador de apito.

O Santos já estreará na terça-feira que vem, em casa, na fase de grupos, contra o Barcelona de Guayaquil que, em 2017, o eliminou nas quartas de final do torneio continental.

Grupo duro, com o papão Boca Juniors e o Strongest, forte na altitude desumana de La Paz.

E deve ter aprendido hoje que não tem moleza na Libertadores e que não pode desperdiçar tantos contra-ataques como aconteceu hoje.

Quando tudo parece resolvido, não está. Se não fosse por João Paulo…

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/