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Blog do Juca Kfouri

Palmeiras vence com gosto de Lima doce

Juca Kfouri

21/04/2021 22h53

O Palmeiras jogou primeiro tempo de campeão, com autoridade, se impôs, mandou no jogo, sem correr riscos.

Faltou apenas ir além do 1 a 0 marcado por Danilo, 100 vezes melhor que Felipe Melo, enfim no lugar certo, no banco.

O Universitário não foi páreo em Lima e deve ter ido para o intervalo agradecido por estar perdendo de pouco.

O melhor: o Palmeiras não desistiu de buscar o segundo gol, que não saiu por triscar o travessão já nos acréscimos, em chute de Luan.

Restava saber se assim seguiria no segundo tempo.

Com sete minutos o Palmeiras mostrou que seguiria.

Luan fez lançamento de 40 metros da direita para esquerda para Rony ir à linha de fundo e passar para trás, na medida para Raphael Veiga pegar um tirambaço de primeira e ampliar, em golaço: 2 a 0.

Apenas aos 58' o goleiro Weverton teve de fazer sua primeira intervenção no jogo disputado na capital peruana.

Cinco minutos depois, porém, Empereur levou o segundo amarelo e foi expulso, o que poderia complicar a vida palmeirense.

E não é que na cobrança da falta os peruanos diminuíram com Gutiérrez, de cabeça, em cima do baixo Marcos Rocha? 2 a 1.

Por incrível que pareça, aos 65', Danilo meteu o braço na bola dentro da área e Gutiérrez não perdoou: 2 a 2.

O que estava fácil, controlado, ficou dramático, 10 contra 11.

Em Lima não chove nunca, mas acontecia uma tempestade futebolística na cidade andina e o vice-campeão peruano tinha a faca e o queijo na mão.

Danilo Barbosa e Renan nos lugares de Raphael Veiga e Luiz Adriano foram as providências de Abel Ferreira, além de Lucas Esteves no lugar de Victor Luis.

Até Weverton falhou aos 72' e quase tomou um gol inacreditável que seria da virada, ao se deixar encobrir pelo quique da bola no gramado.

O Verdão parecia descontrolado, perdido.

Audacioso, Ferreira ainda queria ganhar e lançou mão de Scarpa e Wesley, nos lugares de Patrick de Paula e Marcos Rocha.

Um contra-ataque com dois velocistas, Rony e Wesley, para ganhar o jogo, pensou o português.

Contra o time mais fraco do grupo, deixar dois pontos não estava nos planos alviverdes.

Jogo truncado, 12 cartões amarelos, seis para os verdes, mais de 40 faltas.

Depois do empate, o Palmeiras ainda conseguia ser mais agressivo, embora sem ser perigoso.

Mas, num lance lotérico de quase gol contra, o escanteio foi batido por Scarpa na cabeça de Renan e ele deu a justa vitória ao campeão: 3 a 2.

O que é do homem o bicho não come. E o drama acabou bem.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/