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Blog do Juca Kfouri

Empate do Galo saiu de maduro na Venezuela

Juca Kfouri

21/04/2021 20h51

Aos 20 minutos de jogo, o La Guaira deu seu primeiro chute ao gol do Atlético Mineiro e Éverson fez boa defesa.

No minuto seguinte, deu o segundo chute e fez 1 a 0.

Réver saiu jogando errado, o zagueiro Martínez cortou e entrou na área mineira como quis, até porque Guga lhe deu as costas, num lance ridículo.

Para buscar seu gol o Galo tinha apenas uma ideia: cruzar bolas na área.

Só aos 32' quase deu certo, em cabeçada de Vargas.

Daí por diante, até o fim do primeiro tempo, só deu Galo, com chutes de fora da área e até algumas penetrações, dando a sensação do empate iminente que acabou não acontecendo.

Estava óbvio que se pusesse a bola no chão e a cabeça no lugar, os brasileiros virariam o placar.

Os altos investimentos do mecenas Rubens Menin eram minimizados pelo retrancado time venezuelano, campeão nacional.

Hulk e Zaracho voltaram para o segundo tempo, nos lugares de Savarino e Allan.

Os alvinegros seguiram insistindo pelo alto, para alegria da zaga venezuelana.

Lembra do Cucabol? Pois é. Os anos se passaram, mas a ideia não.

Nos primeiros dez minutos houve uma série interminável de escanteios para o Galo, sem maiores resultados.

Eram 16 finalizações, contra quatro, e nove escanteios contra nenhum, mas quem vencia era o Deportivo La Guaira.

O Galo perdia chances em cima de chances, o tempo passava e Hulk, diferentemente de Zaracho, mostrava que nada tinha a fazer no time mineiro, que não deixava os venezuelanos passarem do meio de campo.

Keno, dispersivo, deu lugar a Sacha, aos 65'. Tempo havia, de sobra, para virar e o gol de empate estava mais que maduro.

Até que Arana mandou a bomba de fora da área, enfim o goleiro deu rebote, e Zaracho empatou: 1 a 1, aos 66'.

O gol da virada também estava maduro, mas, aos 70', Éverson teve de evitar o 2 a 1, em contra-ataque, na primeira finalização do segundo tempo.

Tchê Tchê fora, Natan dentro, aos 77', em busca da vitória que, repita-se, amadurecia.

O que não significava boa atuação brasileira, ao contrário, o Galo sofria diante de um time que jogava apenas seu segundo jogo na temporada, esfalfado, sem ritmo.

Pior, de novo, aos 82', Everson, e aos 83', evitou a vitória venezuelana, assim como aos 89'. Que horror!

Com esse futebolzinho, com Réver e Hulk, o Galo não irá a lugar nenhum.

O Galo cruzou 60 bolas na área rival!!!

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/