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Blog do Juca Kfouri

Em jogo gigantesco, Mengão é bi-supercampeão do Brasil

Juca Kfouri

11/04/2021 13h27

Primeira observação: dizem que quanto maior a expectativa, maior a decepção.

Pois eis que Flamengo e Palmeiras trataram de desmentir a máxima.

Porque fizeram um GIGANTESCO primeiro tempo, para europeu nenhum botar defeito.

De cara, antes mesmo de o jogo começar, o golaço de Raphael Veiga, ao dar uma meia-lua sensacional, de calcanhar, em Willian Arão e arrematar de pé de esquerdo, em bola cortada por Felipe Melo de cabeça após chutão de Diego Alves.

O Flamengo sentiu, mas só um pouco e logo tratou de se impor, mas sempre exposto aos bons contra-ataques alviverdes.

Com a boa escolha de Abel Ferreira ao escalar Wesley, a velocidade paulista assustava, enquanto os cariocas tinham seguidas cobranças de escanteios e ganhavam todas as segundas bolas.

Até que Luan cortou mal no bico esquerdo da área, entregou para Arrascaeta, e o uruguaio deu para Filipe Luís fazer uma festa entre os zagueiros, deu um come no zagueiraço Gustavo Gómez, até arrematar na trave.

Adivinhe quem estava colocado para pegar o rebote de pé esquerdo?

Gabigol empatou: 1 a 1!

O jogo seguiu brilhante, ataque pra cá, ataque pra lá, um pênalti em Wesley que só o VAR para ver que não foi, uma bola salva de chaleira por Diego na linha fatal em chute de Breno Lopes, Weverton fez milagre cara a cara com Bruno Henrique, que jogo!

Até que, aos 48', a defesa verde viu Arrascaeta cortar da esquerda para direita na entrada da área e chutar com liberdade para virar: 2 a 1.

Era justo, mas qualquer placar seria justo, tão bem estavam os dois times dentro de seus estilos,

E o segundo tempo começou no mesmo estilo, lá e cá, franco, com Gabriel Menino e Danilo nos lugares de Felipe Melo, amarelado, e Zé Rafael. Sem Abel Ferreira, expulso ainda no primeiro tempo ao reclamar, com razão, da falta de cartão amarelo em Diego.

Aliás, o único senão era o excesso de faltas, mais do Palmeiras.

Eram iminentes tanto o empate quanto o 3 a 1.

Mayke e Gabriel Veron, aos 59', nos lugares de Marcos Rocha e Wesley, e João Gomes e Matheuzinho nos de Diego e Isla, aos 60'.

Aos 70', Gabigol chutou incrivelmente o 3 a 1 por cima na saída de Weverton, um gigante embaixo das traves.

Em seguida, Rodrigo Caio fez pênalti infantil em Rony ao segurá-lo depois de mais um erro de passe de Everton Ribeiro em jornada muito ruim.

Raphael Veiga bateu e empatou: 2 a 2.

Era justo!

Qualquer placar seria justo àquela altura.

Um verdadeiro duelo entre dois ótimos times e, talvez, dois erros dos treinadores: Everton Ribeiro e não Diego deveria ter sido substituído, assim como Breno Lopes, e não Wesley.

Aos 78', Everton Ribeiro saiu, enfim, trocado por Vitinho.

O Palmeiras estava mais forte, se impunha mais, e parecia mais perto da vitória.

Aos 84', Vitinho bateu, Weverton desviou e a trave salvou. Que jogo!

Pepê e Michael, aos 87', nos lugares de Gerson e de Bruno Henrique.

Sim, o banco do Palmeiras é muito melhor que o do Flamengo e ainda usou Gustavo Scarpa no lugar de Rony, aos 90', para bater pênalti.

Com cinco minutos de acréscimos, o Flamengo buscava evitar os pênaltis e já não tinha Diego, Gerson e Everton Ribeiro, três exímios batedores.

Aos 93', Gabigol bateu cruzado, sem ângulo, Weverton defendeu parcialmente, a bola deu a sensação de ter entrado, mas o VAR mostrou que não.

E vieram os pênaltis.

Era justo! Porque ninguém merecia perder, os dois, na verdade, mereciam vencer.

Os números finais do jogo:

Raphael Veiga fez 1 a 0.

Arrascaeta empatou.

Gustavo Gómez fez 2 a 1.

Filipe Luís, o melhor em campo, bateu no travessão…

Gustavo Scarpa fez 3 a 1.

Matheusinho bateu e Weverton defendeu.

Luan bateu o pênalti do título e Diego Alves defendeu.

Vitinho diminuiu: 2 a 3.

O menino Danilo bateu e Diego pegou de novo!

Gabigol empatou 3 a 3. De matar!

Viña fez 4 a 3.

João Gomes empatou.

Racha a taça, CBF!

Gabriel Menino bateu e Diego Alves fez nova defesa!

Pepê bateu e Weverton defendeu o chute do bi.

Divide a taça, CBF!

Gabriel Veron fez 5 a 4.

Michael empatou 5 a 5.

Dá a taça pros dois, CBF!

Mayke bateu e Diego pegou pela 3ª vez.

Rodrigo Caio deu o bi para o Mengão. Ele que havia cometido o pênalti bobo…

Sétimo jogo invicto do Flamengo diante do Palmeiras, quarto empate, num jogo para a História do Futebol Brasileiro.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/