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Blog do Juca Kfouri

Depois de 5 anos sem vencer, Vasco derruba o Flamengo

Juca Kfouri

15/04/2021 20h58

Sabe aquele jogo em que um time sofre o 0 a 1 e você olha despreocupado com certeza da virada.

Pois foi assim que o gol do lateral Léo Matos, do Vasco, logo aos 5 minutos, ao cabecear escanteio, foi visto no clássico contra o Flamengo.

Era tão flagrante o domínio rubro-negro que o empate parecia questão de tempo, embora De Arrascaeta não estivesse em campo e João Gomes esteja longe de poder substituí-lo à altura.

O Flamengo seguiu mandando no jogo, embora errasse muito o último passe, e apresentasse suas principais estrelas em noite pouco inspirada.

Mas estava na cara que o empate era iminente.

De repente, porém, aos 27', ataque do Vasco, enfiada por Morato para Cano, matada rápida, arremate fatal, 2 a 0.

Sabe quando mesmo assim você olha e pensa que vai ver uma virada?

Pois é.

O Vasco se defendeu tão bem que o Flamengo não fez nem sequer um golzinho para ir para o segundo tempo mais confiante.

E pôs Matheusinho e Vitinho nos lugares de Isla e João Gomes, porque Rogério Ceni não queria ver o Cruzmaltino voltar a vencer o Rubro-Negro, o que não acontecia desde 2016, exatos 5 anos e 17 jogos, oito vitórias e nove empates.

Vitinho logo aos 5' mostrou a que veio, ao acertar a trave vascaína.

Quando o Flamengo acertava no gol, o jovem goleiro Lucão dava o ar de sua graça, 20 anos, 1,90m.

O jogo chegava aos 20', o Flamengo pressionava, o Vasco, às vezes, assustava, mas, quer saber, virada já estava muito improvável. O empate já seria salvador.

Futebol não é mesmo fabuloso?

Flamengo e Palmeiras protagonizaram um jogaço à europeia no domingo e, no meio da semana, perdiam para um time pequeno da Argentina e outro da Série B do Brasil.

É claro, é claro, amigo cruzmaltino, clássico é clássico, já tínhamos visto também no domingo, quando o Cruzeiro surpreendeu o Galo.

Claro, também, que o Flamengo não se conformava e, aos 30', Everton Ribeiro deu lugar a Rodrigo Muniz.

Aos 32', porém, mais um contra-ataque, lançamento de Marquinhos Gabriel, drible em Filipe Luiz e gol de Morato, 3 a 0.

Vitinho, ainda descontou, aos 48': 3 a 1.

Festa em São Januário, insônia na Gávea.

Renato Portaluppi saiu do Grêmio…

Ceni será criticado pelas invenções no primeiro tempo, embora se possa perguntar se o Carioquinha não é para isso mesmo.

Sabe quando você fica feliz porque ninguém pediu seu palpite para um jogo de futebol?

Se foi justo?

Não, justo não foi. Foi justíssimo!

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/