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Blog do Juca Kfouri

Provocado, Verdão cede empate em Itaquera e ignora o jogo

Juca Kfouri

03/03/2021 19h43

Tudo que a direção do Corinthians não deve fazer, na miséria financeira e moral em que está metido, é provocar seus rivais.

Dai ter sido de profundo mau gosto o mosaico que montou em Itaquera para receber o Palmeiras.

Fosse coisa da torcida, tudo bem, teria graça. Mas de cartola…

E o resultado não tardou.

Aos 4 minutos, o corintiano Cantillo deu ótimo passe para o palmeirense Danilo e o menino lançou Lucas Lima, que driblou Gil, para fazer 1 a 0.

Vinte minutos depois, em contra-ataque, Gabriel Silva ampliou: 2 a 0, em passe de Willian lançado por Scarpa.

Se o time reserva do Palmeiras é melhor que o titular do Corinthians, a diferença para o time misto alvinegro, vítima da COVID-19, é maior.

"Nunca serão"? Ninguém sabe.

Mas ampliavam a vantagem na história do Dérbi, 130 vitórias a 128, e conquistavam a quinta vitória em Itaquera, contra seis derrotas.

Chovia canivetes e o gramado empoçado era como um castigo dos céus dada a irresponsabilidade do "Dérbi da morte".

E foi num lance de pelada no barro, embora barro não houvesse, que, aos 35', Mateus Vital diminuiu ao se aproveitar de casquinha de Jô.

O jogo era divertido de se ver, porque as poças d'água duelavam com os jogadores.

Logo no reinício do segundo tempo, aos 2', esticada de bola de Roni para Vital, a bola parou na poça e, cruzada com três dedos, acabou nos pés de Rodrigo Varanda que cavou e empatou: 2 a 2. O garoto já quase havia empatado 1 a 1 em cabeçada no primeiro tempo.

Gabriel Silva e Rodrigo Varanda faziam seus primeiros gols como profissionais exatamente no Dérbi.

Aos 16', saiu Cazares e entrou Otero para, em 14 segundos, receber cartão amarelo da primeira mulher a apitar um Dérbi, a competente Edina Alves Batista.

Dois jovens goleiros também iam bem: Matheus Donelli, no Alvinegro, e Vinícius Silvestre, no Alviverde.

Aos 28', Luan entrou no time corintiano, o que dá a medida de seu desempenho. Nem no time esfacelado ele entra como titular.

O segundo tempo não foi tão animado como primeiro, mas não foi ruim, com ligeira superioridade dos anfitriões. A chuva e o gramado pesado equilibraram o clássico.

Papagaio em campo, de volta ao Palmeiras, com nome novo, uma bobagem.

O 2 a 2 acabou ficando bem como resultado do jogo que não deveria ter acontecido e da molecagem corintiana.

O Palmeiras ignorou o Dérbi tanto em seu sítio quanto em suas redes sociais.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/