O futebol pára em São Paulo, mas ainda tem jogos
O governador de São Paulo, João Agripino Doria, estava decidido na segunda-feira a suspender o futebol em São Paulo.
Anteontem, resolveu esperar mais um pouco e ontem, finalmente, anunciou a suspensão do Paulistinha por 15 dias.
Aguardemos para ver se não mudará de ideia na segunda-feira quando se reunirá com os clubes e a federação.
Resolveu, por enquanto, ao menos, não jogar mais no time da Morte FC, mas no da Vida FC; não no time dos negacionistas de Brasília, mas no dos salvacionistas da Organização Mundial da Saúde.
Ontem, mais uma vez, morreram no Brasil o equivalente à queda de cinco Boeings 747.
Jogos de futebol aglomeram pessoas em bares para vê-los na TV, em torno dos estádios para incentivar os times, para comemorar vitórias ou protestar contra derrotas.
Porque faz parte do futebol, emocional por natureza e não há como controlar.
Com tanta gente morrendo, ocupando leitos, se infectando, não faz sentido seguir com o futebol, como se tudo estivesse normal.
Não faz sentido nem mesmo que ainda haja rodada neste fim de semana.
E vai ter jogos na capital, em Campinas, em Santos, no ABC, em Novo Horizonte, Mirassol, Ribeirão Preto, enfim, a velha ideia maquiavélica de fazer o bem aos poucos e o mal de uma vez só.
Comentário para o Jornal da CBN desta sexta-feira, 12 de março de 2021.
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